MOSC, preservar o passado é conquistar o futuro.

Planos Museológicos

PLANO MUSEOLÓGICO 2022-2027


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PLANO MUSEOLÓGICO 2022-2027

 

Angela Luciane Peyerl
Museóloga COREM 5R.0074-I


Casimiro Manoel Martins Filho

 Mauro Amaral Caldeira de Andrada

 Joeci de Oliveira

 Delmo Tavares

 Nestor de Carvalho

MacArthur Carlos Teixeira Dutra

 Claudio Cezar Francalacci

 


“O museu é um registro de aspectos da trajetória do Homem,
personagem e agente da História. Essa é a sua tarefa principal, sua
finalidade, que permanece imutável.”
Waldisa Rússio Camargo Guarnieri



1.SOBRE O PLANO MUSEOLÓGICO DO MUSEU DA ODONTOLOGIA DE SANTA CATARINA

O Museu da Odontologia de Santa Catarina é uma instituição em processo de construção e consolidação, estando a ideia de criação da instituição atrelada a assinatura de um protocolo pelos presidentes das quatro Entidades de Odontologia do Estado: a Academia Catarinense de Odontologia (ACO), a Associação Brasileira de Odontologia Seção de Santa Catarina (ABOSC), o Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina (CROSC) e o Sindicato dos Odontologistas do Estado de Santa Catarina (SOESC). Esse ato se deu a partir de uma Assembleia Solene da ACO, realizada no dia 23 de abril de 2004, na cidade de Joaçaba (SC).

A construção deste plano museológico surge com o intuito de qualificar a instituição, criando um instrumento de planejamento estratégico e de gestão, balizando assim, os procedimentos da instituição, além de indicar mecanismos e estruturas técnicas. Este plano museológico assegura todo o conceito que define o museu e as bases na qual o objeto, a missão e os eixos curatoriais estão sustentados permitindo que a instituição não perca os seus objetivos. Este plano, tem como eixo temático central o ofício da odontologia e seus desdobramentos no estado de Santa Catarina. O Plano Museológico do MOSC é concebido com uma preocupação de registrar através de métodos contemporâneos o fazer museal, tendo como abordagem a consolidação da instituição e sobretudo dando luz a pessoas e grupos sociais que constituem a história da Odontologia de Santa Catarina.

Os museus contemporâneos são agentes de integração e de difusão das mais diversas narrativas, são lugares de reconhecimento de identidades, produção de conhecimento e difusores das mais diversas narrativas. Esse desafio contemporâneo de ser museu perpassa por ações que integram as mais diferentes áreas do fazer museal.

A gestão de um espaço museológico seja ele físico ou digital necessita de recursos financeiros e ações que permitam cumprir com seu papel social e a preservação dos bens culturais que estão sob sua salvaguarda. E é neste interim que surge a necessidade de estruturar uma instituição por meio de planejamento e viabilizando métodos de qualificação do processo museológico.

O Plano Museológico é um dos mecanismos de gerenciamento da instituição, logo, a partir dele também é revisada a Política de Acervos. A concepção do Plano Museológico teve duração estimada de 06 meses, de outubro de 2021 a abril de 2022, e previu ações para o planejamento, tendo a temporalidade vigente de cinco anos, estando assim em consonância com as normas redigidas pela Lei nº. 11.904, de 14 de janeiro de 2009 (Estatuto de Museus) e o Decreto nº 8.124, de 17 de outubro de 2013.

A construção deste Plano Museológico se deu por meio de levantamento documental e reuniões com o Grupo de Trabalho do MOSC. Assim, neste plano as ações serão balizadas em planejamentos de curto, médio e longo prazo, das atividades do Museu, tendo como metodologia a análise SWOT ou FOFA: (forças, oportunidades, fraquezas e ameaças), conhecida e utilizada por diversas organizações. É uma ferramenta utilizada como método de análise no planejamento estratégico, com o objetivo de avaliar as Forças e Fraquezas do ambiente interno; as Oportunidades e Ameaças, do ambiente externo da organização.

Por meio da análise realizada no ambiente interno, poderemos obter informações sobre o desempenho de fatores controláveis pela organização, como: produtividade, interação com o público, inovação, capacitação, recursos financeiros e tecnológicos, entre outros. E, do ambiente externo, será possível reconhecer as oportunidades e ameaças a que o museu está suscetível.

Em consonância com o Decreto Federal 8.124/2013 que regulamenta o Estatuto de Museus, o Plano Museológico do MOSC deverá abranger obrigatoriamente a formatação de 12 programas que abrangem o funcionamento do museu, sendo eles: Institucional; Gestão de Pessoas; Acervos; Exposições; Educativo e Cultural; Pesquisa; Arquitetônico;  Segurança; Financiamento e Fomento; Comunicação; Socioambiental e Acessibilidade. Independente desses 12 programas, dada a necessidade regional, neste plano será acrescentado o programa de Turismo, passando o museu a ter 13 programas.

2. MUSEU DA ODONTOLOGIA DE SANTA CATARINA

2.1 O MUSEU

Como dito anteriormente, a ideia da criação do Museu da Odontologia de Santa Catarina surgiu há alguns anos com a assinatura de um protocolo pelos presidentes das quatro Entidades de Odontologia do Estado: a Academia Catarinense de Odontologia (ACO), a Associação Brasileira de Odontologia Seção de Santa Catarina (ABOSC), o Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina (CROSC) e o Sindicato dos Odontologistas do Estado de Santa Catarina (SOESC). Esse ato se deu
a partir de uma Assembleia Solene da ACO, realizada no dia 23 de abril de 2004, na cidade de Joaçaba (SC).

Este protocolo de intenções ficou durante anos adormecido sem que qualquer ação posterior tivesse sido realizada no sentido de viabilizar o prosseguimento dessa iniciativa, a não ser a busca por espaço para guarda de materiais que estavam sendo adquiridos. Este vagar tornou o empreendimento desconhecido pelos presidentes dessas Instituições, que assumiram posteriormente os cargos de membros da Academia Catarinense de Odontologia.

No dia 07 de julho de 2016 o Presidente da ACO, Ac. Saulo Silva Jabor, assinou a Portaria 03/2015-2017 designando os acadêmicos Claudio Cezar Francalacci, Mauro Amaral Caldeira de Andrada e Ricardo de Souza Vieira para comporem uma comissão encarregada de retomar esse projeto. Por caducidade, em vista da troca de gestão, o Presidente Ac. Antônio Gonçalves Filho assinou, no dia 02 de maio de 2018, a Portaria 06/2017-2019, referendando a nominata anterior. Por entender a necessidade de aporte de mais um colaborador na Comissão, o Ac. Antônio Gonçalves Filho assinou em 05 de maio de 2019 a Portaria 08/2017-2019, designando para fazer parte da Comissão a Ac. Joeci de Oliveira.

Naquela ocasião o grupo realizou contato com o Coordenador do Núcleo de Estudos Açorianos, (NEA) Francisco do Vale Pereira e a professora Rosana Nascimento, graduada em museologia pela universidade Federal da Bahia (2008) e na época lotada no departamento de Expressão Gráfica-EGR/CCE/UFSC. Este contato foi de grande valia pois trouxe todas as informações sobre a documentação legal necessária para a fundação de um museu da odontologia.

No primeiro semestre do ano de 2019 foi realizada uma visita à Fundação Catarinense de Cultura para a busca de novas informações. Nessa conversa, o grupo foi orientado para a necessidade da oficialização do museu com a criação e o registro de um Estatuto e Regimento Interno, condição indispensável para a participação nos eventos oficiais. Também foi sugerida a participação no Edital de Cultura Elisabete Anderle, onde poder-se-ia conseguir algum recurso financeiro para contratar uma museóloga e iniciar a confecção da documentação.

No segundo semestre do mesmo ano, com o apoio do Presidente da ACO, acadêmico Jorge dos Passos Corrêa Cobra e as inclusões dos acadêmicos Casimiro Manoel Martins Filho, Delmo Tavares e Nestor de Carvalho à Comissão, o projeto de criação do museu foi retomado tendo sido autorizada pela diretoria, a contratação da museóloga Poliana Santana para assessorar essa comissão que imediatamente iniciou a elaboração do Estatuto e do Regimento Geral do MOSC.

Este trabalho, inicialmente, foi realizado de forma presencial com reuniões semanais todas as quartas feiras às 14:00hs na sede da Academia Catarinense de Odontologia, localizada no edifício João Moritz, 153, sala 501, Praça XV de Novembro, centro de Florianópolis. Porém, em março de 2020, tendo em vista o aparecimento da pandemia pelo Coronavírus, prosseguiu de forma virtual, pela plataforma Google Meet. Esta nova forma de trabalho possibilitou agregar membros de outras localidades do Estado o que ampliou o leque de ideias e contribuições ao MOSC. Após alguns meses de intensos debates, o trabalho foi concluído e os documentos encaminhados para serem analisados e aprovados pela diretoria da Academia.

Cabe ressaltar que inicialmente foi aprovada em diretoria e em reunião extraordinária da Assembleia da ACO, em 10 de agosto de 2019, a documentação com o nome Museu da Odontologia do Estado de Santa Catarina ficando nesse momento oficialmente criado o museu. Ato contínuo e por orientação da museóloga Poliana, a palavra Estado foi suprimida por questões de legalidade, tendo sido necessária a convocação de uma reunião extraordinária da Assembleia para a aprovação da mudança de nome, o que ocorreu no dia 05 de agosto de 2020. A partir dessa data o museu passou a ser chamado Museu da Odontologia de Santa Catarina. Nessa mesma reunião da Assembleia, seguindo o que preceitua o estatuto do museu no seu artigo 55 também foram referendados os nomes dos primeiros 03 cargos do Conselho Diretor do MOSC. O Presidente Acadêmico Casimiro Manoel Martins Filho, o Vice-Presidente acadêmico Mauro Amaral Caldeira de Andrada e a Diretora Financeira acadêmica Joeci de Oliveira e, também, aprovado o Estatuto e o Regimento Interno do museu.

E assim, o museu recebeu o nome que atualmente estampa em seus documentos oficiais: Museu da Odontologia de Santa Catarina (MOSC). A partir dessa aprovação os documentos foram encaminhados para análise dos advogados Fabio Jabor e Raul Tavares da Cunha Melo e em seguida enviados ao Cartório de Registro de Títulos e Documentos de Florianópolis, para as providências necessárias relacionadas ao registro oficial.

A primeira reunião do Conselho Diretor do MOSC foi realizada no formato digital, usando o link da sala virtual de domínio da ACO, no dia 12 de agosto de 2020, também na plataforma Google Meet e contou com as presenças dos Diretores Casimiro Manoel Martins Filho, Mauro Amaral Caldeira de Andrada, Joeci de Oliveira e dos colaboradores Delmo Tavares, Alberto Fedeli Junior, Nestor Schmidt de Carvalho e Ricardo Vieira. O tema debatido foram as diretrizes gerais a serem implementadas, dentre elas a criação do site e da logomarca do museu. Em reuniões subsequentes, ficou definido que o site ficaria sob a responsabilidade do Sr. Marcelo Tavares e a logomarca da empresa BPM cujo diretor é o Sr. Luiz Henrique Molleri.

2.2 O LOCAL

O museu não possui um edifício próprio, atualmente suas ações são atreladas a Academia Catarinense de Odontologia (ACO) que é uma associação da sociedade civil, sem fins lucrativos, com duração indeterminada, com sede e foro na cidade de Florianópolis, Santa Catarina.

Tendo como intuito e principais objetivos salvaguardar e preservar a memória da Odontologia Catarinense para a difusão e reconhecimento da profissão e dos processos odontológicos. A academia ainda se preocupa em reconhecer e premiar pessoas e instituições que de maneira direta ou indireta contribuíram para o fomento da Ciência na área da Saúde, especialmente da Odontologia.

Sendo assim, o local físico que hoje é possível acessar acervos documentais do MOSC é a sede da Academia que fica localizada na Praça XV de Novembro, 153, Edifício João Moritz, sala 501, Florianópolis- SC.   

Fonte: Google Maps   

2.3 ODONTOLOGIA EM SANTA CATARINA

A história da Odontologia de Santa Catarina está relacionada a implantação do ensino superior no estado. A primeira tentativa de criação de um curso superior no estado de Santa Catarina data de 1909 quando o então governador do estado, coronel Gustav Richard assinou a lei 839, de 02 de outubro que diz o seguinte: Artigo 10 - Fica o poder executivo autorizado de criar uma Faculdade Livre de Farmácia, Odontologia e Obstetrícia, nesta capital.

Esta lei, no entanto, ficou apenas no papel pois não houve condições de implantação da faculdade. O anseio da sociedade catarinense pela criação do ensino superior no Estado, perdurou até 1917 quando então reuniram-se no dia 14 de fevereiro de 1917, no Centro Cívico, à rua Jerônimo Coelho n0 08 às 18 horas os fundadores do Instituto Polytechnico.

Esta reunião foi presidida por Fausto de Souza e secretariada por José Boiteux e Felipe Pedreira. Como resultado da reunião deliberou-se nomear comissões para a elaboração dos planos de curso; a abertura de um curso preparatório no Centro Cívico e ficou marcado o início das aulas para o dia primeiro de abril para os cursos de Farmácia, Odontologia, Comércio, Agrimensura e pilotagem.

Exatamente um mês após esta reunião, fundava-se oficialmente o Instituto Polytechnico já com a sua governança instituída. Diretor Augusto Fausto de Souza, J.D. Ferreira Lima como Vice-Diretor e José A. Boiteux como secretário.

O Curso de Odontologia segundo o regulamento tinha a duração de 2 anos com as seguintes cadeiras:

1º Ano

  • 1º Elementos de anatomia Descritiva, Anatomia Descritiva e Topografia da Cabeça;
  • 2º Elementos de Histologia e de Anatomia Microscópica sobretudo da boca e seus anexos;
  • 3º Elementos de Fisiologia e de Patologia Geral;
  • 4º Clínica Dentária com Técnica Odontológica;
  • 5º Prótese Dentária.

2º Ano

  • 6º Higiene, sobretudo da boca; Noções de Microbiologia;
  • 7º Patologia Dentária e Estomatologia;
  • 8º Matéria Médica e Terapêutica Dentária;
  • 9º Clínica Dentária;
  • 10º Prótese Dentária

Esta estrutura permaneceu, praticamente, sem alteração, durante os dezesseis anos de existência do curso mantendo a organização curricular, mesmo quando ocorreu a reforma em 1924.

O candidato ao Curso de Odontologia devia ser aprovado no exame de admissão, porém, para se inscrever era exigido do candidato a aprovação nos chamados exames preparatórios, exames estes que tinham as seguintes disciplinas: Português, Francês, Inglês, Geografia, História do Brasil, Aritmética, Física e História Natural. Uma vez aprovado nos exames preparatórios, o candidato era submetido a uma prova oral de francês e de história natural.

Em 10 de outubro de 1917 o então Governador do Estado Coronel Felipe Schmidt através do decreto 1080 reconhece o Instituto Polythecnico sendo que no dia 10 de abril do mesmo ano as aulas são iniciadas.

A importância do Curso de Odontologia era tal que o jornal o Estado publicou em 08 de agosto a seguinte nota:

Até ontem tinham frequentado o gabinete dentário do Instituto Polytechnico 132 pessoas. Já em 05 de setembro o mesmo jornal publicou 145 pessoas como usuárias dos gabinetes dentários. (O ESTADO, 1917, p.1) 

Fonte: Hemeroteca Digital Catarinense.

 

Fonte: Hemeroteca Digital Catarinense.

O Instituto Polythecnico foi criado como instituição privada, não tendo, portanto, um ato assinado pelo poder público. A data exata de criação é um tanto vaga, porém o reconhecimento pelo governo do estado foi muito rápido pela lei n0 1.169 de 10 de outubro de 1917 e com isso decide subvencioná-lo para que ele possa cumprir a sua missão.

Apesar dos esforços somente em 13 de dezembro de 1923, consegue ser reconhecido como de utilidade pública pelo governo Federal. Em 1921, foi também reconhecido oficialmente pelo governo do estado do Paraná e com isso os formados pelo instituto poderiam exercer suas atividades naquele Estado.

Assim, legalmente estruturado, o Instituto Polythecnico e o seu Curso de Odontologia, apresentavam condições necessárias para o seu funcionamento. Para isso foi criado o Estatuto (1917) que disciplinava toda a sua estrutura didático- administrativa.

O Curso de Odontologia foi instalado em caráter provisório num prédio localizado na rua Trajano, mas em seguida foi transferido para o prédio n0 41 da rua João Pinto permanecendo ali até que o seu prédio construído na avenida Hercílio Luz n0 47 estivesse pronto e pudesse ser utilizado. A transferência do Instituto Polythecnico ocorreu nos anos de 1924-1925.

Desde o início da década de 1930 que o Curso de Odontologia enfrentou uma série de problemas culminando com a sua extinção em 1932. Com isto, o Estado de Santa Catarina foi obrigado a importar de outros lugares os profissionais da Odontologia.

Somente em 22 de janeiro de 1946 foi realizada a assembleia no salão nobre da Faculdade de Direito que criava a Faculdade de Farmácia e Odontologia de Santa Catarina (Livro de Atas6 e o Estado5, 1946). Para que as faculdades funcionassem era necessária uma autorização do Governo Federal. O tempo decorrido para a autorização foi de aproximadamente dois anos (Decreto n0 24.316 de 08 de janeiro de 1948) autoriza o funcionamento da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Santa Catarina.

Para que os graduados pudessem exercer as profissões, era necessário o devido registro do diploma no Ministério da Educação e isto só poderia acontecer se a faculdade fosse devidamente reconhecida por este ministério. Após inúmeras articulações de todos os seguimentos tanto da sociedade como da comunidade acadêmica, o reconhecimento foi concedido pelo Governo Federal com a publicação do decreto n0 30.234 de dezembro de 1951.

Foram vários os endereços da Faculdade de Odontologia, prédio do Departamento de Saúde Pública, prédio da rua Esteves Junior, 01; Praça Getúlio Vargas, 19 e prédio da rua Esteves Junior, 93.

Em 1956 a CAPES, reuniu representantes das Escolas e Faculdades de Odontologia do Brasil com o objetivo de avaliar a realidade do ensino odontológico. Como consequência, foi criada a ABENO, Associação Brasileira de Ensino Odontológico. Uma das primeiras ações dessa entidade foi realizar um levantamento da real condição do ensino odontológico no Brasil.

Apesar de não ter sido publicado, o resultado que chegou ao grupo sobre a situação da Faculdade, tornou-se público, sendo considerado deficiente. Isto caiu como uma ducha fria sobre o corpo docente, no entanto o avaliador acreditou na potencialidade do corpo docente e empenhou seu voto de confiança de que em médio prazo poderiam sanar os problemas graves e ser arroladas como satisfatórias entre as faculdades de odontologia brasileiras.

Muitos problemas foram enfrentados ao longo do tempo de existência do Curso de Odontologia sendo dentre eles a baixa remuneração dos professores, que dificultava um maior empenho dos professores ao ensino assim como as instalações físicas do curso que não ofereciam condições adequadas para as atividades práticas principalmente, as de clínica.

Em 18 de dezembro de 1960, foi criada a Universidade Federal de Santa Catarina pela Lei nº 3.849, assinada pelo presidente Juscelino Kubistchek de Oliveira. O primeiro reitor da Universidade foi João David Ferreira Lima, um grande entusiasta do curso de Odontologia. Como consequência imediata da criação da universidade ocorreu a separação dos cursos de Farmácia e Odontologia. Separação esta que foi salutar para ambos os cursos, mas principalmente para a Odontologia.

A partir da separação tomou posse a nova diretoria do curso e discussões de pautas específicas foram realizadas dentre ela, a aprovação de quatro anos para o curso. Como a pressão para a obtenção de um espaço físico continuava grande, em 05 de novembro de 1964 a Congregação do Curso de Odontologia reuniu-se para estudar a compra do prédio da rua São Francisco, 09.

A compra foi decidida por unanimidade e concretizada pelo valor de CR$ 15.500,00 (Quinze mil e quinhentos cruzeiros). As condições do prédio eram muito ruins, mas em vista da condição de reforma e da construção de um anexo na parte de trás do terreno, ele preenchia os requisitos do curso. O prédio foi reformado e o anexo construído, porém, foi entregue oficialmente apenas em 15 de setembro de 1966. Começava aí uma fase áurea da Odontologia de grande destaque nas atividades do curso e muito prestígio na sociedade catarinense.

O Curso de Odontologia funcionou neste endereço até a reforma universitária na década de 1970 quando ocorreu a sua transferência para o campus da Universidade Federal de Santa Catarina, no bairro da Trindade. Por quase três décadas Santa Catarina teve apenas um curso de Graduação em Odontologia, o da UFSC. Em 1990 foi criado o curso de Odontologia na Universidade do Vale do Itajai (Univali). Em 1998 surgiram os cursos da Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB) e Universidade da Região de Joinville (Univille). Atualmente, segundos registros do MEC, funcionam no Estado, ao todo, 25 cursos de graduação em Odontologia. Dois são de Categoria Administrativa Pública: UFSC (Federal) e FURB (Municipal). As demais são de Administração Privada.

A partir daí outros cursos foram criados conforme descritos a seguir: Curso de Odontologia da UNOESC (Privada), em 14/12/1998, Curso de Odontologia da UNOESC (Privada), em 29/10/2020, Curso de Odontologia da UNESC (Privada), em 21/02/2011, Curso de Odontologia da UNISUL, ( Privada) em 03/12/2012, Curso de Odontologia da UNIPLAC (Privada), em 18/02/1999, Curso de Odontologia do Centro Universitário SOCIESC, (Privada), em 03/10/2017, Curso de Odontologia do Centro Universitário Estácio SC (Privada), em 22/03/2019, Curso de Odontologia do Centro universitário SOCIESC, Blumenau SC (Privada), em 23/04/2018, Curso de Odontologia do Centro Universitário FAI, (Privada) em 22/10/2018, Curso de Odontologia do Centro Universitário UNIVINTE, (Privada), em 23/04/2020, Curso de Odontologia do Centro Universitário AVANTIS, (Privada) em 24/01/2013, Curso de Odontologia do Centro Universitário UNIDANTE, (Privada) em 27/11/2018, Curso de Odontologia da Faculdade Empresarial de Chapecó FAEM, (Privada) em 30/11/2015, Curso de Odontologia da Universidade Comunitária da Região de Chapecó UNOCHAPECÓ, (Privada) em 30/09/2008, Curso de Odontologia da Faculdade SOCIESC de Jaraguá do Sul (SOCIESC), em 20/09/2017, Curso de Odontologia da Faculdade Unisul de Florianópolis, (Privada) em 22/03/2018, Curso de Odontologia do Centro Universitário FACVEST (Privada), em 18/12/2013, Curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera de Joinville (privada), em 24/06/2016, Curso de Odontologia da Faculdade de Tecnologia da Nova Palhoça FATENP (Privada), em 26/12/2018, Curso de Odontologia da Faculdade UNISUL de Itajaí (Privada), em 20/09/2019, ainda não iniciado.

Apesar de relatos verbais a época de formação de uma entidade de classe, o primeiro registro que se tem notícia data de 10 de abril de 1932, noticiado no Estado, jornal de circulação diária. Lá estava uma nota que convidava os dentistas para uma reunião no dia 04 do mês de abril com a finalidade de tratar da fundação de uma associação de classe.

A reunião foi realizada na Sociedade Fratellanza, situada no final da rua Trajano, exatamente na escadaria que existe até os dias atuais. A reunião foi realizada e fundado o Sindicato dos Cirurgiões -Dentistas de Santa Catarina. O sindicato iniciou seus trabalhos imediatamente e em agosto do mesmo ano teve o seu estatuto aprovado.

No início, as notícias dessa entidade de classe na imprensa eram frequentes, mas as dificuldades levaram ao longo do tempo ao escasseamento das atividades e o fechamento do sindicato em 1933. A comunidade catarinense cresceu, principalmente a de Florianópolis. O crescimento global trouxe em seu bojo o crescimento da odontologia, novamente os dentistas radicados em Florianópolis, trazem a ideia de recriarem a sua associação.

Esta ideia se fortalece na década de 40 e torna-se realidade no seu último ano. Os cirurgiões-dentistas de Joinville conseguem fundar a sua associação em 03 de outubro de 1935 que recebe o nome de Associação Odontológica de Joinville. A partir daí muitas reuniões foram realizadas e a odontologia começou a ganhar importância social daí a necessidade de criação de uma entidade de prestígio estadual. No dia dez de dezembro de 1949, na rua Padre Miguelino, na casa de Antenor Moraes, Praça Quinze de Novembro, foi criada a Associação Profissional dos Odontologistas do Estado de Santa Catarina (APOESC).

Nesse mesmo ano a Associação de Joinville para “Associação Odontológica de Santa Catarina (AOSC)”. O estado conviveu com esta dicotomia de entidades estaduais até 1962, como será visto adiante.

Em 1955, sob a presidência de Samuel Fonseca, a entidade desenvolve duas vertentes de ação, o combate aos profissionais que atuavam na clandestinidade e um movimento para mudança de nome, que ocorre em 25 de maio de 1957 e passa a chamar-se simplesmente Associação Catarinense de Odontologia (ACO).

Muitas reuniões foram realizadas e ao longo do tempo a Associação foi se consolidando como entidade representativa da classe odontológica e por isso conquistou a prerrogativa da educação continuada em Santa Catarina.

Em 1962 ambas as entidades estaduais se filiaram à recém-criada Associação Brasileira de Odontologia (ABO). A sede da ABO de Santa Catarina ficou em Joinville, (associação mais antiga), com o nome de Associação Brasileira de Odontologia – Seção de Santa Catarina e a de Florianópolis, uma de suas regionais, juntamente com outras 27. Em 1972, no início da gestão de Jorge Seara Polidoro, a seção estadual passou para Florianópolis, tornando a de Joinville, uma Regional.

Em 13 de maio de 1974, foi criada a Escola de Aperfeiçoamento da ABOSC sendo que nesta época a Associação estava sob o comando de Jorge Seara Polidoro. A mobilização foi intensa e logo um convênio com a Universidade Federal de Santa Catarina foi assinado pelo então presidente da ABOSC e o Reitor da UFSC, Roberto Mundel de Lacerda.

Assumia aí nossa Entidade o protagonismo da realização de cursos de atualização e especialização, via EAP-ABOSC, sendo então realizado o primeiro curso de especialização em Prótese Dentária em seguida endodontia, dentística, Periodontia e outros que se seguiram. Nossa Entidade finalmente estava integrada ao contexto de ensino em uma parceria importante e sólida com a Universidade Federal de Santa Catarina.   

3. DIAGNÓSTICO DO MUSEU

O Plano Museológico do Museu da Odontologia de Santa Catarina- MOSC, está dividido em duas etapas, sendo este relatório a apresentação da primeira etapa - o Diagnóstico Situacional, que, aprovado e validado, oferece subsídios no processo de elaboração da segunda etapa - Elaboração de Programas, contendo projetos, metas, ações e prazos para o período de cinco anos.

Segundo Cândido (2013):

O diagnóstico museológico é uma estratégia metodológica que objetiva a identificação e apreensão das potencialidades museológicas de um território ou de uma instituição, a fim de perceber as atividades desenvolvidas, as parcelas do patrimônio valorizadas e selecionadas para preservação e as lacunas existentes. Assim, constitui um instrumento de democratização, pois considera iniciativas formuladas anteriormente ou fora da instituição. E é, acima de tudo, uma ferramenta básica para o planejamento institucional em longo prazo, pois permite conceber uma programação museológica mais condizente com a realidade em questão e que leve em consideração a necessária continuidade.

Ref.: CANDIDO, Manuelina Maria Duarte. Gestão de Museus, um Desafio Contemporâneo: Diagnóstic o Museológico e Planejamento. Porto Alegre: Medianiz, 2013

Neste âmbito metodológico a obra de Cândido (2013), é o que melhor define e contribui para o planejamento do MOSC, com isso o cruzamento de alguns elementos nos traz os seguintes itens:

  1. Elaboração do diagnóstico, a primeira etapa para se pensar um museu;
  2. Identificação do museu, a sua identidade;
  3. Definição da sua missão, de seus objetivos, valores e visão;
  4. Diretrizes para a estruturação de linhas programáticas tendo como eixo as premissas da museologia de pesquisa, salvaguarda e comunicação;

A primeira etapa do diagnóstico, compreendeu em reuniões de planejamento da metodologia, início da coleta de dados, pesquisa bibliográfica e produção do relatório, além da apresentação dos dados levantados para o grupo gestor do museu, bem como alinhamentos finais.

O foco principal foi a aplicação da ferramenta metodológica - Análise SWOT (ou FOFA: forças, oportunidades, fraquezas e ameaças), conhecida e utilizada por diversas organizações, é uma ferramenta utilizada como método de análise no planejamento estratégico.

Por meio da análise realizada no ambiente interno, foi possível obter informações sobre o desempenho de fatores controláveis pela organização, como: produtividade, interação com o público, inovação, capacitação, recursos financeiros e tecnológicos, entre outros. E, do ambiente externo, será possível reconhecer as oportunidades e ameaças a que o museu está suscetível.

O diagnóstico buscou apresentar a atual situação do MOSC sob a ótica museológica, avaliando o contexto real e dando subsídios para planejar o contexto ideal. Os resultados que se apresentam buscam dar uma visão global da instituição e permitem a tomada de consciência sobre os processos a serem ajustados para o pleno cumprimento das funções do museu.

3.1 INSTITUCIONAL

A ideia de criação do Museu da Odontologia de Santa Catarina surgiu há alguns anos com a assinatura de um protocolo pelos presidentes das quatro Entidades de Odontologia do Estado: a Academia Catarinense de Odontologia (ACO), a Associação Brasileira de Odontologia Seção de Santa Catarina (ABOSC), o Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina (CROSC) e o Sindicato dos Odontologistas do Estado de Santa Catarina (SOESC). Esse ato se deu numa Assembleia Solene da ACO, realizada no dia 23 de abril de 2004, na cidade de Joaçaba (SC).

Sendo assim o protocolo assinado pelos presidentes das entidades envolvidas na criação do MOSC é o primeiro documento considerado ato de criação, a legislação básica para sua consecução já está estabelecida no protocolo de criação. O Museu da Odontologia de Santa Catarina é uma entidade de direitos privados, sem fins lucrativos e é regido pelo seu estatuto e regimento interno.

De acordo com a Lei 11.904/2009, Estatuto dos Museus, em seu artigo primeiro:

Consideram-se museus, para os efeitos desta Lei, as instituições sem fins lucrativos que conservam, investigam, comunicam, interpretam e expõem, para fins de preservação, estudo, pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos e coleções de valor histórico, artístico, científico, técnico ou de qualquer outra natureza cultural, abertas ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento. Parágrafo único. Enquadrar-se-ão nesta Lei as instituições e os processos museológicos voltados para o trabalho com o patrimônio cultural e o território visando ao desenvolvimento cultural e socioeconômico e à participação das comunidades. (BRASIL, Lei N°. 11.904/2009, Art. 1°.)

O museu foi concebido com o objetivo de criar uma instituição que possa coletar, expor e salvaguardar o acervo referente a história da Odontologia e suas práticas no estado de Santa Catarina e no Brasil. Expondo as transformações que ocorreram ao longo do tempo na prática e teoria e, ainda, a evolução cientifica, tecnológica e acadêmica da profissão.

Tendo assim objetivos estratégicos a serem cumpridos e desenvolvidos conforme o seu estatuto e regimento interno.

Art. 6º O MOSC tem como objetivos estratégicos:

§ 1º Legislação e Gestão:

  1. cumprir a Lei Federal nº 11.904/2009. Que institui o Estatuto de Museus, o Decreto Federal nº 8.124/2013 e normativas legais vigentes a área da Museologia;
  2. elaborar, implementar, avaliar e revisar o Plano Museológico da instituição;
  3. elaborar, implementar, avaliar e revisar a Política de Aquisição de Acervos;
  4. estabelecer uma Política de Gestão da Propriedade Intelectual;
  5. cadastrar e manter atualizado o Cadastro do MOSC junto ao Sistema Brasileiro de Museus;
  6. cadastrar e manter atualizado o Cadastro do MOSC junto ao Sistema Estadual de Museus de Santa Catarina;
  7. elaborar, implementar, avaliar e revisar a Carta de Serviços ao Cidadão do MOSC;
  8. elaborar, implementar, avaliar e revisar o Programa de Conservação Preventiva do MOSC;
  9. elaborar, implementar, avaliar e revisar o Programa de Gestão de Riscos do Patrimônio Museológico do MOSC;
  10. elaborar, implementar, avaliar e revisar o Plano de Gestão anual do MOSC; XI - preservar, documentar, pesquisar, gerir e divulgar os acervos do MOSC;
  11. contribuir para a valorização e o reconhecimento da odontologia catarinense;
  12. promover uma gestão transparente e participativa.

Deste modo o MOSC está em consonância com a Lei 11.904/2009, Estatuto dos Museus, em seu artigo primeiro:

Consideram-se museus, para os efeitos desta Lei, as instituições sem fins lucrativos que conservam, investigam, comunicam, interpretam e expõem, para fins de preservação, estudo, pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos e coleções de valor histórico, artístico, científico, técnico ou de qualquer outra natureza cultural, abertas ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento. Parágrafo único. Enquadrar-se-ão nesta Lei as instituições e os processos museológicos voltados para o trabalho com o patrimônio cultural e o território visando o desenvolvimento cultural e socioeconômico e à participação das comunidades. (BRASIL, Lei N°. 11.904/2009, Art. 1°.)

O MOSC na sua estrutura organizacional está submetido a ACO, na qual atualmente serve de estrutura administrativa e hierárquica do museu. Sendo assim, o MOSC tem seu organograma que consta em seu Regimento Interno no qual será composto por:

Art. 7º O MOSC tem a seguinte estrutura organizacional:

I - Direção Gestora;
II - Setor Administrativo:

a) Secretaria;
b) Núcleo Operacional.

III - Setor Técnico:

a) Núcleo de Museologia;
b) Núcleo de Conservação Preventiva e Gestão de Riscos;
c) Núcleo de Ação Socioeducativa e Cultural;
d) Comissão de Formação de Acervo.

Art. 8º O MOSC será dirigido por um(a) Diretor(a) Geral indicado(a) e contratado(a) pelo Conselho Diretor do MOSC, tendo como exigência formação superior nas áreas de Odontologia, Administração, Educação, Ciências Humanas, Ciências Sociais e Aplicadas.

Por ser um museu em fase de criação e implementação não havendo uma sede física destinada para o museu, que até o momento só tem funcionamento de forma online, não havendo assim um expediente. O corpo técnico do museu trabalha sob demandas de projetos, desta forma são lançados editais de chamamento para contratação de profissional, de modo que isso acontece de acordo com as necessidades da instituição nesse momento de implementação.

Num primeiro olhar a contratação por demanda de profissionais das áreas técnicas pode ser uma ameaça, entretanto ao fazer uma análise de forma global da instituição é possível compreender como uma oportunidade, tendo em vista que o museu está em fase inicial, isso permite que se selecione a equipe de trabalho que melhor se adeque ao perfil dos cargos.

Um ponto a ser salientado referente a comissão responsável pela implantação da instituição é que ela é totalmente voluntária, o que abre um precedente excelente para num futuro ser pensado um programa para voluntariado no museu.

Ao analisar a instituição, é perceptível a identidade organizacional do museu sendo pautada, discutida e definida em seu regimento interno e estatuto. Há pontos nesses documentos legais que tornam o processo de identificação do museu mais claro e o caminho a ser percorrido mais objetivo.

Isso se reflete na própria concepção do museu, com uma gestão realizada por uma associação privada, o que possibilita maior agilidade nas tomadas de decisões e nas contratações de corpo técnico. Isso também implica em um maior acompanhamento da gestão interna do museu.

A gestão sendo realizada por uma associação, traz pontos dúbios, há uma grande chance de ter uma aceitação dentre os seus pares, um reconhecimento pelo trabalho prestado a memória da Odontologia em Santa Catarina, não correndo o risco de ter uma gestão atrelada a órgãos públicos. Entretanto, corre-se sempre um risco na sustentabilidade da instituição, havendo poucas fontes de recurso. A participação em editais em nível municipal, estadual e nacional abrem o precedente para o financiamento e fomento dos recursos do museu.

Portanto, para compreender os desafios que o MOSC ainda tem pela frente nessa etapa de concepção e estruturação, vale-se de um olhar cuidadoso para as demandas que são frágeis. O desafio do MOSC, perante os aspectos mencionados, é se posicionar enquanto instituição museológica, continuar seu processo de formação institucional e de recursos humanos qualificados, ampliar seu raio de atuação, seguir estruturando parcerias e buscar cooperações técnicas.

3.2 ACERVOS E GESTÃO DE RISCOS

Quando analisamos o programa de acervos estamos nos debruçando sobre um dos eixos mais estruturantes de qualquer museu. Diferente de outros museus brasileiros o MOSC não surge de um legado patrimonial, ou seja, ele não herda nenhum acervo proveniente de algum órgão público ou da criação de nenhuma secretaria. Pelo contrário, a história de seu acervo está concomitante ao objetivo do projeto do museu junto a Academia Catarinense de Odontologia, que segundo o site da ACO:

Criar um museu que possa expor acervo de forma a mostrar a história da Odontologia em geral e da catarinense em especial, ao longo do tempo, até os dias atuais, ressaltando a evolução científica, tecnológica e acadêmica da profissão. Deverá se constituir desde mero diletantismo a visitantes, até importante centro de pesquisa. (ACO, s/d)

Deste modo, os projetos relacionados a formação das coleções do MOSC vêm ao encontro não só do objetivo do projeto, bem como de sua missão institucional e diretivas para a construção do acervo que constam no Regimento Interno,

§ 2º Constituição dos acervos:

  1. reunir equipamentos, materiais instrumentais, livros, peças literárias, separatas, documentos, imagens, vídeos e demais objetos usados na odontologia para o exercício profissional, a fim de, compor os acervos: museológico, bibliográfico e arquivístico do MOSC;
  2. estimular a doação de objetos afins por intermédio de ações específicas definidas pelo museu;
  3. promover ações que divulguem a história da odontologia de Santa Catarina;
  4. promover ações de identificação, registro de seus acervos;
  5. manter atualizada a documentação museológica dos bens culturais que integram seus acervos, por meio de inventário;
  6. elaborar inventário de acervos compatível com as diretrizes museológicas e em consonância com o Inventário Nacional de Bens Culturais;
  7. manter atualizada a inserção de dados no Inventário Nacional de Bens Culturais;
  8. desenvolver exposições de longa duração em consonância com a missão e o objetivo geral do MOSC;

§ 3º Segurança e Conservação:

  1. garantir a integridade dos bens culturais sob sua guarda;
  2. garantir a segurança e preservação de suas instalações;
  3. garantir a segurança, integridade e bem-estar de seus funcionários e usuários;

§ 4º Pesquisa e Ações Educativas:

  1. promover pesquisa contínua sobre seus acervos e história da odontologia catarinense;
  2. promover estudos e avaliações periódicas de públicos que visitam os espaços físicos do MOSC, assim como, suas páginas e redes sociais na internet;
  3. promover ações educativas direcionadas para diferentes públicos;
  4. planejar e aplicar ações educativas de qualificação continuada para a equipe do MOSC.

Essas demandas já sinalizadas no Regimento Interno são potências no que tange o gerenciamento e recebimento de acervos, dando assim um direcionamento para as coletas e recebimento dos acervos provenientes de compras ou doações. Esses direcionamentos abrem possíveis reflexões que podem contribuir para o recorte patrimonial do Museu.

Cabe ao MOSC, realizar o inventário da sua atual coleção de objetos tridimensionais e estabelecer um estudo de suas distintas coleções, redirecionando alguns fundos arquivísticos e nomenclaturas, mas tendo como objetivo produzir além de informações relevantes para o acervo, também salvaguardar a memória dos objetos e os usos deles por intermédio de um programa de História Oral. O acervo é formado por singularidades e subjetividades de cada cirurgião-dentista que o utilizou e traz consigo.

Atualmente o MOSC conta com coleções subdividas em:

a) Acervo Museológico, composto por peças doadas por Cirurgiões-dentistas e escolas de Odontologia de Santa Catarina. Este acervo proporciona conhecer a evolução da odontologia em Santa Catarina. E encontra-se subdivido nas seguintes categorias,

  • Mobiliário;
  • Equipamentos de Laboratório;
  • Materiais Odontológicos;
  • EPIs;
  • Iconografia;
  • Equipamentos Clínicos;
  • Equipamentos Eletrônicos;
  • Instrumentais;
  • Medicamentos;
  • Audiovisual;

Fonte: https://www.mosc.org.br/acervos/museologico/museologico-todos

b) Acervo Arquivístico, tem como intuito o arquivamento de documentos e papéis relacionados a história da Odontologia. Relatórios das atividades desenvolvidas pelo Conselho Diretor, Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal. Atas das reuniões do conselho Diretor e reuniões de Assembleia e, ainda, outros documentos com informações de interesse da classe odontológica e da comunidade.

  • Livros;
  • Revistas;
  • Periódicos;
  • Outros.

c) Acervo Bibliográfico, composto de livros, periódicos, revistas e documentos de relevância para a Odontologia Catarinense, contribuindo para a preservação da história da profissão no estado, fornecendo subsídios históricos, científico e cultural para os Cirurgiões-dentistas e à sociedade catarinense.

  • Documentos em papel;
  • Atas;
  • Relatórios;
  • Outros.

Nessa perspectiva de pensar os acervos, o MOSC está à frente de outras instituições, pois já consta em seu regimento interno a comissão de formação de acervos e ela encontra-se atuante. Entendendo que o processo documental não fica restrito apenas ao registro do acervo, vai mais além, buscando por intermédio da qualificação, a produção do conhecimento.

A documentação museológica é uma das formas de construção de comunicação do museu com o exterior, tanto para a pesquisa como o acesso às informações para as diversas categorias de visitantes.

E é nesta construção que aparecem as fragilidades e os pontos de tensão pois, a não existência de um edifício dificulta o processamento técnico dos objetos, bem como compromete a sua segurança e conservação. Atualmente a coleção tridimensional está alocada em um “self storage” que faz a guarda desse material, entretanto, não há um controle caso aconteça algum sinistro.

O não gerenciamento dessa coleção, deixa em risco a conservação, podendo haver alguma infestação de térmitas, acidificação ou algum processo de oxidação nos materiais metálicos. É importante que, em curto espaço de tempo, seja reorganizado este material, de modo que nesta organização já sejam executados o arrolamento tridimensional existente e o estado de conservação.

Para a coleção documental é importante que sejam criados fundos, para melhor gerenciamento e caso haja uma hemeroteca que se tenha uma tabela de temporalidade para cada jornal.

Por não haver uma reserva técnica não é possível mensurar o estado de conservação da coleção que está armazenada no “self storage”, deixando assim à mercê de qualquer risco.

Contudo o MOSC tem a possibilidade, ao ter uma edificação, de instalar a reserva técnica de acordo com os padrões de conservação e segurança dos acervos, com mobiliários adequados para a salvaguarda. Sendo assim, possível a criação de rotinas de trabalho, gerenciamento dos acervos, gestão de riscos e digitalização dos documentos e livros raros para disponibilizar aos pesquisadores.

3.3 EXPOSIÇÃO - COMUNICAÇÃO

A comunicação em museus está presente desde a definição trazida pelo ICOM em 1974, no qual museu é aquele que "adquire, conserva, estuda, comunica e expõe o patrimônio tangível e intangível da humanidade e de seu meio, para fins de educação, estudo e lazer". As práticas de comunicação nos museus até o ano de 2020 foram sempre as mesmas, ter páginas em redes sociais e investir em exposições de curta e longa duração.

Entretanto com uma pandemia em curso, os museus tiveram que rever seu papel e estabelecer contato com os visitantes de outra maneira, lives, palestrar online, vídeos, vídeo aula, visitas online, proposições interativas encheram as páginas e sites de museus durante o ano de 2020. E é nesse rebojo que os museus entraram em uma nova etapa, que ampliou a sua visibilidade e aproximou o diálogo com o público.

Neste mesmo contexto o MOSC surge com uma proposição de pensar o museu sem sua sede física. É uma provocação que sai da tradicionalidade, na qual estamos sempre acessando os objetos e instituições de forma materializada, a falta de espaço físico pode limitar uma instituição, mas não faz com que ela seja anulada se souber como acessar e utilizar outras ferramentas tecnológicas.

O MOSC cumpre com seu papel social de dialogar com a sociedade através de seu site, entretanto é necessário que essa comunicação se afine, propondo assim novos acessos, a outras redes sociais, a exposições itinerantes, participação em editais de exposições e criar dentro do próprio site mecanismos de exposições mensais para dialogar com o acervo existente.

Fonte: https://www.mosc.org.br/

Segundo Cury (2005) as visitas virtuais têm um intuito de “propiciar a acessibilidade e democratização do conhecimento produzido pela instituição, independentemente da localização dos espectadores, que poderão acessar o conteúdo pela Internet”. Ou seja, o MOSC já possui esse canal interativo aberto, agora é usar dessa potencialidade para criar outras redes.

A criação de uma página do museu no Instagram e Youtube é uma potencialidade no que tange as ações de educação, comunicação institucional e exposição. Por meio destas ferramentas são possíveis gerir ações como:

  • Lives;
  • Exposições de curta duração online;
  • Postagens semanais referente a instituição;
  • Criar uma rede de informações referente a história da Odontologia de Santa Catarina;
  • Abrir espaço para depoimentos referente a história oral;
  • Reforçar a identidade e marca do museu;
  • Criar uma interatividade com o público.

O MOSC hoje tem uma grande fragilidade no setor de comunicação e exposições, podendo expandir ainda mais as ações de forma online realizando assim seminários, palestras e encontros todas as ações sendo correlacionadas com a missão do museu e os objetivos entorno da odontologia em Santa Catarina.

As possibilidades de desenvolver um trabalho sólido por meio da internet é de uma potência muito grande, porém é necessário um olhar cuidadoso para desenvolver de projetos e ações no setor de comunicação, é ele um dos responsáveis pela solidificação e inserção da marca do MOSC nos museus de Santa Catarina e do Brasil.

3.4 EDUCATIVO – CULTURAL

Quando refletimos a importância do papel do setor educativo/cultural de uma instituição, estamos falando também sobre pertencimento e reconhecimento, esse é um dos setores que deixam registros e marcas para sempre na vida de um aluno. É o setor educativo um dos responsáveis a possibilitar o reconhecimento da instituição como patrimônio histórico e cultural.

Os museus oferecem oportunidades para o ensino e aprendizagem, além de proporcionar o entretenimento. O MOSC por ter em sua mantenedora a ACO, profissionais do ensino superior, tem como ponto forte a possibilidade de criar ações que envolvem ensino e aprendizagem, parcerias entre cursos de licenciatura e odontologia.

Este núcleo de educação tende a ser tencionado a ir além de mediações e visitas guiadas, pode auspiciar a reflexão, investindo em um periódico e grupo de estudos que tenha coparticipação com o setor de pesquisa, tendo ensino, museologia e odontologia como temática, relacionando isso ao acervo e a missão do museu.

É primordial que o núcleo educativo esteja em consonância com as discussões do Programa Nacional de Educação Museal - PNEM, promovidas pelo IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus e estar presente nas discussões de educação museal realizadas pela REM (Rede de Educadores de Museus).

A relação museu x escola é uma oportunidade de difundir práticas saudáveis de ensino e aprendizagem. É o modo do museu se inserir na comunidade por meio de ações itinerantes. O núcleo educativo permeia todas as ações do Museu, salientando que o Museu não é uma instituição escolar ele é um meio de ensino informal, suas ações não devem estar atreladas a conteúdos curriculares de forma que se torne uma ilustração.

As instituições museológicas são aportes de temas transversais que podem ser abordados em sala de aula, e é com esse intuito que se constitui o olhar para as futuras ações do Núcleo Educativo do MOSC. As fundamentações e detalhamentos serão apontados no programa de ação educativa e cultural, segundo conceitos e práticas da Educação em Museus.

3.5 PESQUISA

A pesquisa é uma das premissas fundamentais da museologia, faz parte do tríplice “pesquisa, salvaguarda e comunicação”, é o que tangencia todas as ações de uma instituição, o que reverbera para qualificar os seus serviços e suas atividades técnicas.

A pesquisa perpassa todos os campos de uma instituição museológica, é ela que gera as políticas de gerenciamento para os acervos, é a que gera dados e informações de público, é ela quem traz material para subsidiar as informações da exposição.

A pesquisa é uma função básica dos museus, é através dela que se fortalece a identidade de uma instituição museal: No museu, a pesquisa constitui o conjunto de atividades intelectuais de trabalhos que tem como objeto a descoberta, a invenção e o progresso de conhecimentos novos ligados às coleções das quais ele se encarrega ou as suas atividades. (DESVALLEES/ MAIRESSE, 2014, p.77)

A pesquisa no campo da museologia, segundo citado acima em Desvalles e Mairesse (2014) está também ligada a descoberta, cada acervo traz consigo uma gama de informações e subjetividades. E é imprescindível o olhar cuidadoso para esse programa, o MOSC dentro da sua expertise no campo Odontológico aliado a profissionais que fazem parte da ACO, tornem desse uma grande potência no campo da pesquisa.

Unidas a ciência e o patrimônio cultural, fazem do MOSC uma grande potência no campo da pesquisa não só da história da odontologia no estado de Santa Catarina, bem como, podem tornar do museu uma referência nacional no campo.

Alimentar as exposições e catálogos com informações de fontes qualitativas e quantitativas podem realizar um trabalho de exímio primor.

Como ilustra o organograma abaixo criado por Manuelina Maria Duarte Cândido:   

Fonte: (CÂNDIDO, 2014, p. 35)   

Como citado anteriormente a pesquisa está em todos os setores de um museu. Os espaços de memória chamam os mais variados públicos com o foco na pesquisa, pesquisadores que não possuem vínculo nenhum com a academia, citando aqui os memorialistas, acadêmicos dos mais variados cursos, professores e estudantes, portanto, é necessário que o MOSC esteja preparado para a recepção deste público. As discussões que a pesquisa aproxima é o que o MOSC tem como grande potencialidade, o público da área odontológica e da rede de ensino regular podem trazer ricas discussões, aproximando a instituição da comunidade a qual está inserido. Para isso é necessário além de criar espaço destinado a pesquisa, desenvolver programas que alinhem a ciência com a museologia.

E é neste programa de pesquisa que é detectável a lacuna que hoje o MOSC ainda não pensava desenvolver, um programa destinado a narrativas, na qual as memórias servem de público específico e destinado aos pesquisadores tornando-se assim um meio de salvaguarda da memória de determinados modos de fazer.

Bem como a definição de um programa de voluntariado já sinalizado no programa institucional, aqui no programa de pesquisa seria imprescindível refletir acerca das possibilidades de criar um intercâmbio com pesquisadores de outras instituições, valendo-se assim da expertise da ACO.

3.6 ARQUITETÔNICO – URBANISTÍCO – ACESSIBILIDADE E SOCIOAMBIENTAL

Quando pensamos um diagnóstico museológico, logo nos vem à mente casarões históricos adaptados, com inúmeros problemas estruturais e de acessibilidade ou então um edifício moderno construído para ser museu. Pensado em sua arquitetura para a reutilização de água, com práticas ecológicas e sustentáveis.

Mas nesse caso ao buscar analisar as ameaças e as potencialidades do MOSC é um tanto desafiador, afinal estamos falando de uma instituição que não possui sede física, apenas um site e sua coleção está localizada em “self storage” para o armazenamento e salvaguarda.

No entanto, ao pensar as potencialidades o MOSC como uma instituição privada tem plenas condições de buscar mecanismos de financiamento e fomento para a aquisição de um espaço para desenvolver um projeto arquitetônico ideal para ser museu. Diferente de instituições públicas que tem em sua maioria prédios históricos adaptados que limitam desde a exposição a salvaguarda do acervo, gerando riscos para o público utente da instituição a funcionários que diariamente convivem com o risco.

Pensar um diagnóstico para o programa arquitetônico e urbanístico é debruçar - se nas possibilidades, o que já nos alça um olhar para as futuras ações desta jovem instituição. Esse programa vai determinar as necessidades espaciais e estruturais como as instalações e os equipamentos necessário para a instituição.

Ao refletir sobre um novo museu, é necessário tensionar os públicos que queremos abranger nele e a adequação de espaços livres e com um entorno acessível para acesso da comunidade do entorno da instituição. Ao pensar o público e a maneira que ele será contemplado nessa instituição, vale salientar a importância em já projetar espaços pensados para a acessibilidade em todos os âmbitos de acesso físico, intelectual, cognitivo e atitudinal.

Essas medidas de acessibilidade precisarão estar em consonância com as diretrizes especificas da Norma Brasileira de Acessibilidade (NBR 9050) para que seja possível o acesso e circulação dos mais distintos públicos, já pensando no interior e exterior da instituição.

Já o que tange o quesito sustentabilidade, medidas de reuso da água para limpeza de uma área externa, um plano de instalação de energia solar a parceria com cooperativas que trabalham com a área ambiental seriam ações iniciais e de grande potencialidade para a instituição.

3.7 TURISMO

O turismo é uma atividade que está em constante crescimento e movimentação, gera anualmente receitas importantíssimas para municípios e estados, cria conceitos e segmentações anualmente e ganha cada vez mais espaço, e os museus são grandes protagonistas dessas transformações. No Brasil a cultura e o turismo eram considerados distintos, dado as desigualdades existentes quando pensamos em patrimônio x exploração financeira.

Na atualidade essa percepção já toma outro rumo, atingimos um patamar no qual o turismo cultural é um dos setores que mais crescem dentro das discussões referentes ao turismo, tendo um aporte de recursos, tanto nos investimentos como na rentabilidade.

E é nessa discussão que o MOSC pretende se inserir. Hoje ainda não apresenta uma sede física destinada ao museu, entretanto está criado legalmente em Florianópolis, capital de Santa Catarina e um dos destinos mais procurados por turistas, dado as suas belezas naturais.

Segundo o site da SANTUR, não é à toa que a capital catarinense é conhecida como Ilha da Magia. A beleza natural de Florianópolis encanta à primeira vista. São cerca de cem praias espalhadas pela ilha costeira e na pequena península continental que formam a cidade. Há ainda muitas outras atrações para se conhecer, como a bela e agitada Lagoa da Conceição, a tranquila Lagoa do Peri, o tradicional Centro Histórico, a cosmopolita Avenida Beira-Mar, os bucólicos bairros açorianos de Santo Antônio de Lisboa e Ribeirão da Ilha, além de fortalezas portuguesas, museus, igrejas, teatros e do cartão-postal da cidade: a Ponte Hercílio Luz.

As primeiras investidas do poder público para o turismo de forma direta, surgiram na transição de 1950/1960.A cidade vinha crescendo e se expandindo, a paisagem urbana estava mudando e o casario colonial com seu ar provinciano começou a perder forma e espaço para os prédios. A ilha de Santa Catarina passa a dar espaço não somente para as construções, mas também para os novos habitantes e turistas que veem uma ilha idílica.

Florianópolis foi impulsionada ao progresso, e transformação urbanística de modernização visando legitimar a capital, para se tornar uma cidade de serviços comerciais e sede administrativa, nesse movimento é fundada a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o primeiro campus é construído num esforço para transformar a de cidade provinciana em cosmopolita. O turismo foi uma das alavancas que geraram o processo de modernização da cidade de Florianópolis, e até hoje o turismo é um dos grandes motores que movimentam a economia.

E é identificando essa potência existente na cidade que o MOSC tem como oportunidade se inserir no circuito de museus de Florianópolis, essa parceria entre museus e turismo é inevitável e de certo modo desejável. Considerando os números do turismo cultural hoje no Brasil, o MOSC pode ser sim um museu que vislumbra estar em roteiros culturais e museais do estado de Santa Catarina.

4. MUSEU DA ODONTOLOGIA DE SANTA CATARINA - PROJEÇÃO MUSEAL

4.1 PROGRAMA GESTÃO INSTITUCIONAL

Partindo de uma realidade na qual o museu existe de forma virtual e nesse momento projeta-se para ser uma instituição sólida e consolidada no campo museal de Santa Catarina. É uma tarefa difícil e meticulosa pensar nos rumos que esse museu pretende tomar. Esse será o primeiro museu de odontologia no estado de Santa Catarina e, quiçá, do sul do Brasil.

Portanto, olhar para esse museu em seu diagnóstico impôs desafios para a equipe e ainda cabem reflexões contínuas que vão nortear o trabalho de solidificação dessa instituição.

Cabe ainda pensar nessas expectativas em se tornar o primeiro museu do estado de Santa Catarina a explorar essa temática significativa do cotidiano, não só da profissão, bem como ser um agente de transformação na área da saúde.

Abaixo seguem as inquietações que provocam o MOSC a pensar no seu posicionamento quanto instituição museológica dinâmica e viva:

  1. que modelo museológico pretende ser adotado?
  2. quais as histórias da odontologia catarinense permanecem ocultas e quais as que estão latentes?
  3. que modelo arquitetônico pretende-se assumir? Há uma preocupação com o entorno?
  4. há uma preocupação de sempre manter-se atuante em plataformas colaborativas, redes sociais, sites?
  5. como se transformar num polo de referência sobre a odontologia em Santa Catarina?

Esses questionamentos foram fundamentais de serem tencionados, para pensar na elaboração das diretrizes que dão os caminhos de atuação do Museu da Odontologia de Santa Catarina. Foi preciso estruturar estratégias que consolidem os programas e as ações, de modo que sejam contínuos e acessíveis.

Para isso ao pensar no programa institucional, uma das primeiras questões a serem definidas foi rever a missão, visão e valores da instituição, sendo esses os elementos fundamentais para nortear e auxiliar a instituição no que tange um planejamento estratégico.   

Fonte: Angela Peyerl

A partir da definição da Missão, Visão e Valores da instituição, os programas foram desenvolvidos, a base de gestacional do que o museu é e o pretende ser, e quais valores que visão nortear as suas práticas, no âmbito do programa de gestão é o que define esse perfil institucional de o museu vai assumir.

O Museu da Odontologia de Santa Catarina tem como tema a história da odontologia em Santa Catarina, e por sua vez caracteriza-se como uma importante e promissora instituição de apoio para as pesquisas no campo da saúde bucal, especialmente por ter em seu corpo gestor a proximidade com as universidades do estado de Santa Catarina, bem como pela particularidade e exclusividade dos seus acervos que se referem a esse tema.

Dessa forma, sua função como centro de pesquisa, memória, salvaguarda e produção de conhecimento sendo norteantes para a estruturação e caracterização da instituição. Aliando-se a normas e métodos museológicos, e focando na construção de seu espaço físico, o museu vem a contribuir para que a instituição cumpra sua função social e estreite os vínculos com a comunidade.

Sendo fundamental para o êxito de suas ações a consolidação de parcerias que possam garantir o aperfeiçoamento técnico e a sustentabilidade econômica da instituição, tendo em vista que o museu é gerido por uma associação. Por isso, a relação institucional com universidades, entidades públicas das múltiplas esferas do governo, empresas e escolas, deve ser preocupação constante da equipe de gestão.

O Programa de Gestão Institucional compreende o desenvolvimento das diretrizes da instituição de ordem jurídica, técnica e administrativa, além das ações de planejamento com o intuito de executar a sua missão e objetivos. Vale também salientar a importância de buscar nesse quesito administrativo um trabalho de gestão que facilite e propicie ações integradas num âmbito do museu como um todo.

Este programa é o que baliza a gestão administrativa, bem como, os processos de articulação entre o MOSC e as mais diferentes instituições sejam elas nas esferas públicas ou privadas. É imprescindível que esse programa atue em consonância com os parâmetros estabelecidos pelas instâncias reguladoras como Instituto Brasileiro de Museus, Sistema Estadual de Museus de Santa Catarina, Conselho Internacional de Museus, Conselho de Museologia favorecendo o intercâmbio técnico, científico e cultural e possibilitando avanços.

Aqui é importante ressaltar um aspecto que é fundamental e que merecerá atenção especial da gestão, que é a busca por um espaço para a implementação do museu, ou seja, a busca pela sede física do MOSC. Para isso também é necessário que se tenha um direcionamento para o que compreende o Programa de Financiamento e Fomento, para que ele busque mecanismos que sejam passiveis de inserir o projeto e execução de um edifício museológico.

4.1.1. DIRETRIZES

Curta Duração - 1 ano

  • Implantar a Comissão de Acervos do MOSC;
  • Estabelecer que o Conselho Consultivo seja engajando tendo como papel contribuir para o acompanhamento e direcionamento das diretrizes estabelecidas neste Plano Museológico;
  • Elaborar Carta de Serviços, documento este que tem como intuito informar o público sobre os serviços prestados pelo MOSC;
  • Definir o grupo de trabalho responsável pela formatação do projeto arquitetônico e metodologia de trabalho para busca de parcerias e orçamento necessário.
  • Desenvolver ações mesmo que online para o site e Instagram da instituição, a fim de dar visibilidade para o MOSC, engajando os mais diversos públicos;
  • Formalizar adesão ao Cadastro Nacional de Museus (IBRAM);
  • Atualizar Cadastro o Sistema Estadual de Museus (SEM-SC);
  • Promover cursos, conversas, publicações e ações que tragam visibilidade interna da estrutura para com a administração pública, incluindo uma apresentação institucional em eventos do campo museológico;
  • Elaborar planejamento anual;

Média Duração– 3 anos

  • Monitorar semestralmente as ações do plano museológico;
  • Criar e implementar um organograma funcional da instituição;
  • Atualizar o Estatuto do MOSC com base na missão, visão e as definições do plano museológico;
  • Elaborar planejamento anual;
  • Fazer um estudo jurídico referente a viabilidade de uma Associação de Amigos do MOSC;
  • Promover e realizar capacitação técnica permanente da equipe;
  • Elaborar o planejamento anual com base nas metas e ações de curto, médio e longo prazo previstas no plano museológico;
  • Formalizar adesão ao Conselho Internacional de Museus (ICOM);
  • Reordenar a constituição de grupos de trabalho e comissões dentro do MOSC, possibilitando o desenvolvimento de projetos;
  • Reeleger a Comissão de Acervos;
  • Promover eventos como seminários, cursos, workshops, aliando a temática do MOSC a eventos anuais como a Semana Nacional de Museus e a Primavera de Museus;
  • Participar das redes de museus com atuação em Santa Catarina;

Longa Duração– 5 anos

  • Reelaborar o Regimento Interno, alinhado com os propósitos da SMC, e que regulamente todos os processos;
  • Articular com a Secretaria Municipal de Turismo de Florianópolis (SETUR) a inclusão do Museu no circuito turismo Histórico e Cultural;
  • Implantar o Núcleo Educativo com o espaço físico adequado;
  • Designar os profissionais necessários para o Núcleo Educativo;
  • Implementar Núcleo Gestão de Acervos;
  • Designar os profissionais necessários para o Núcleo de Acervos;
  • Implementar Núcleo de Pesquisa;
  • Designar os profissionais necessários para o Núcleo de Pesquisa;
  • Adotar uma ação de política inclusiva e afirmativa para grupos socialmente vulneráveis na cidade no que tange a difusão da saúde bucal;
  • Desenvolver programação de ações culturais, além das exposições já previstas, para potencializar e aumentar o índice de visitação e reconhecimento da instituição;
  • Construção ou Aquisição de Espaço destinado ao MOSC;
  • Revisão do Plano Museológico;   
4.2 PROGRAMA DE GESTÃO DE PESSOAS

O Programa de Gestão de Pessoas visa apontar as necessidades do quadro de pessoal, as funções básicas e as recomendações de ações destinadas à valorização, capacitação e bem-estar dos funcionários do MOSC. O objetivo primeiro deste programa é desenhar a estrutura organizacional, possibilitando equalizar o atendimento aos elementos apontados anteriormente com as despesas de pessoal para o Museu.

Considerando as especificidades deste museu, e identificando que ele ainda tem seu funcionamento de modo online, a gestão de pessoas está atrelada diretamente a comissão responsável pelo museu, a equipe que hoje atua na área técnica do museu é contratada por demandas necessárias.

Por conta disso, é recomendado o fortalecimento das parcerias com os setores da esfera pública, da mesma forma que as parcerias com as universidades possam ser ampliadas, em especial para o desenvolvimento funções para setores como: comunicação, arquivo, conservação e restauro, catalogação e atendimento educativo.

Quando a instituição estiver em seu pleno funcionamento a ampliação da equipe, seja por contratação ou por parcerias com outras instituições, o MOSC deve avaliar seus processos internos, definindo setores, cargos e funções, e determinar os fluxos das operações e atividades internas.

Só assim poderão ser tomadas decisões num âmbito estratégico da gestão de pessoas, como exemplo, definir os métodos de seleção para a contratação e a escolha de profissionais que possam integrar a equipe do museu.

A diretoria, equipe de gestão e equipe do museu também devem ser permanentemente capacitadas para as ações no campo da história, memória, patrimônio e odontologia de modo que seja garantindo o compromisso com a instituição.

É neste programa de gestão de pessoas que pensamos o programa de voluntariado a ser implantado quando assim que as devidas comissões sejam definidas.

Segundo o Regimento Interno, o museu já tem delimitado os cargos para cada setor para quando estiver em fase de implantação já ter uma equipe delimitada. Considerando as especificidades deste museu, identificamos que a equipe será composta inicialmente por profissionais conforme descrito abaixo:

I - Direção Gestora;
II - Setor Administrativo:

a) Secretaria;
b) Núcleo Operacional.

III - Setor Técnico:

a) Núcleo de Museologia;
b) Núcleo de Conservação Preventiva e Gestão de Riscos;
c) Núcleo de Ação Socioeducativa e Cultural;
d) Comissão de Formação de Acervo.

4.2.1 DIRETRIZES

Curta Duração – 1 ano

  • Definir planos de trabalho anuais dos voluntários que hoje desenvolvem atividades nas comissões do museu, bem como desdobramento do planejamento institucional do MOSC;
  • Elaborar relatórios anuais;
  • Promover reuniões quinzenais ou mensais, a julgar pelas demandas do museu, com todas as equipes do MOSC, coordenadas pela direção do museu;
  • Implementar uma política de formação dos funcionários ou voluntários (cursos de curta, média e longa duração);
  • Desenvolver uma política de voluntariado para estudantes de museologia, história, pedagogia, artes visuais e odontologia, alinhada com as diretrizes do MOSC para desenvolver atividades nas áreas técnicas do Museu;
  • Estabelecer uma política de integração dos funcionários de empresas terceirizadas com estagiários e voluntários - envolvendo ações de orientação, capacitação, engajamento e relacionamento com os setores técnicos;
  • Adotar instrumentos de avaliação periódica e acompanhamento da saúde física e mental do servidor e qualidade do ambiente de trabalho.

Média Duração – 3 anos

  • Realizar seleção para contratação dos profissionais que comporão a equipe do museu;
  • Definir para cada cargo as atribuições específicas do profissional;
  • Implantar na rotina de trabalho dos profissionais o cumprimento das atribuições específicas;
  • Promover parcerias e cooperações que propiciem o intercâmbio de funcionários do MOSC com técnicos de outras instituições ou organizações que tenham foco em museologia, patrimônio ou odontologia;
  • Adotar instrumentos de avaliação periódica e acompanhamento da saúde física e mental do servidor e qualidade do ambiente de trabalho; 

Longa Duração – 5 anos

  • Considerar na avaliação de desempenho o cumprimento das atribuições específicas;
  • Elaborar política de substituição de profissionais;
  • Proporcionar momentos de integração da equipe;
  • Adotar instrumentos de avaliação periódica e acompanhamento da saúde física e mental do servidor e qualidade do ambiente de trabalho;
  • Aperfeiçoamento da comunicação interna, tendo como intuito o alinhamento das equipes e à melhoria do ambiente de trabalho;
4.3 PROGRAMA DE ACERVOS

O Programa de Acervos é subdividido entre os subprogramas de Documentação Museológica e o subprograma de Conservação e Restauração. Esse programa é o responsável pela gestão do acervo, o gerenciamento dos acervos museológicos, bibliográficos e arquivísticos, compreendendo as ações de empréstimos, comodatos, aquisição, guarda, processamento técnico, organização e salvaguarda. Como já foi elencado no diagnóstico museológico, as coleções que compõe o acervo do MOSC são constituídas de objetos bi e tridimensionais, acervo fotográfico, acervo documental e livros de referência no campo da Odontologia.

Esses registros e bens propõem uma discussão do processo e formação da odontologia em Santa Catarina, são acervos relevantes para o estado por isso necessitam de um controle e tratamento específico para cada suporte.   

4.3.1 SUBPROGRAMA DE DOCUMENTAÇÃO DE ACERVOS

Segundo o IBRAM, documentação museológica é o conjunto de rotinas e atividades técnicas necessárias a uma eficiente gestão das informações dos acervos museológicos. Estes procedimentos impactam diretamente nas funções básicas de uma instituição museológica: a preservação, a pesquisa e a comunicação.

Portanto, neste programa deverá ser elaborado diretrizes que estabeleçam um direcionamento para a melhor gestão documental do acervo, a escolha do melhor sistema de documentação, as prioridades do acervo, a adoção de um vocabulário controlado, a escolha e implantação de sistemas informatizados, documentação dos processos de conservação e restauração, digitalização, política de segurança de dados, acessibilidade da documentação a pesquisadores etc.

Umas das funções primordiais é que seja feito os devidos levantamentos do acervo, um arrolamento de todo o acervo museológico, uma listagem do acervo bibliográfico, identificação das fotos e documentos para que sirva de controle e acesso a pesquisadores. Como o acervo não possui documentação e nenhum arrolamento ou listagem se faz necessário o registro desses acervos pertencentes a instituição.

Outro ponto no qual o MOSC já vem caminhando para a consolidação, mas é importante que esteja registrado no programa de acervos, é a criação de uma “Comissão de Acervos”, que faça a avaliação dos acervos que devem ou não entrar na instituição e os acervos que, porventura, precisem ser descartados ou enviados para outra instituição.

A comissão de acervos é responsável pela avaliação dos acervos quem entram ou saem da instituição, essa é a forma mais transparente e democrática de gerenciamento do acervo. Essa comissão deve ser institucionalizada por ato legal (no caso do MOSC por ata), para que ela seja reconhecida e suas ações sejam tomadas perante a sociedade.

4.3.1.1 DIRETRIZES

Curta Duração – 1 ano

  • Criar e implementar a Política de Gestão de Acervos (2022-2027) como documento normativo sobre todos os aspectos referentes às coleções museológicas, arquivísticas e bibliográficas do MOSC;
  • Estruturar a Comissão de Acervos;
  • Fazer uma listagem do acervo existente na instituição;
  • Regularizar os bens culturais cuja documentação de entrada e incorporação ao acervo ainda não foi normalizada;
  • Estabelecer convênios com universidades que tenham curso de museologia, arquivologia e biblioteconomia para desenvolver trabalhos nos acervos do MOSC;

Média Duração – 3 anos

  • Definir e executar, como prioridade, os parâmetros técnicos do subprograma de documentação, respeitando as especificidades dos distintos acervos do MOSC;
  • Realizar o inventário do acervo de bens móveis históricos;
  • Reorganizar fisicamente local de reserva de bens móveis onde estão localizados os acervos;
  • Definir uma plataforma de gerenciamento de dados dos acervos da instituição;
  • Desenvolver o tratamento e processamento técnico do acervo de História Oral, resguardando as devidas entrevistas em mais de um suporte, com as devidas transcrições de áudio, produção e preenchimento de fichas catalográficas;
  • Fomentar e disseminar estudos realizados por pesquisadores (internos e externos) sobre os acervos do MOSC;

Longa Duração – 5 anos

  • Criação de Reserva Técnica no edifício do MOSC;
  • Adquirir mobiliário adequado para o acervo;
  • Acondicionar o acervo conforme os parâmetros de conservação;
  • Revisar a Política de Gestão de Acervos do MCSP (2022-2027);
  • Processar e digitalizar a totalidade do acervo arquivístico e consequente disponibilização;
4.3.2 SUBPROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DE ACERVOS

O programa de conservação de acervos do MOSC tem como finalidade criar diretrizes para as funções diárias da instituição. Para isso é preciso trazer as devidas definições segundo o ICOM:

Conservação: Todas aquelas medidas ou ações que tenham como objetivo a salvaguarda do patrimônio cultural tangível, assegurando sua acessibilidade às gerações atuais e futuras. A conservação compreende a conservação preventiva, a conservação curativa e a restauração. Todas essas medidas e ações deverão respeitar o significado e as propriedades físicas do bem cultural em questão.

Conservação Preventiva: Todas as medidas e ações que tenham como objetivo evitar ou minimizar futuras deteriorações ou perdas. Elas são realizadas no contexto ou na área circundante ao bem, ou mais frequentemente em um grupo de bens, seja qual for sua época ou condições. Estas medidas e ações são indiretas, não interferem nos materiais e nas estruturas dos bens. Não modificam sua aparência. Alguns exemplos de conservação preventiva incluem as medidas e ações necessárias para o registro, armazenamento, manuseio, embalagem e transporte, segurança, controle das condições ambientais, treinamento de pessoal, aprovação legal.

Conservação Curativa: Todas aquelas ações aplicadas de maneira direta sobre um bem ou um grupo de bens culturais que tenham como objetivo deter os processos danosos presentes ou reforçar a sua estrutura. Estas ações somente se realizam quando os bens se encontram em um estado de fragilidade adiantada ou estão se deteriorando a um ritmo elevado, de tal forma que poderiam perder-se em um tempo relativamente curto. Estas ações às vezes modificam o aspecto dos bens.

Restauração: Compreende todas as ações exercidas de forma direta sobre um bem cultural em condição estável que tenham como objetivo melhorar o seu usufruto, compreensão e uso. Estas ações só deverão ocorrer quando o bem patrimonial tiver perdido parte do seu significado ou função, na sequência de degradações ou alterações anteriores, e têm como princípio o respeito pelo material original. Normalmente, essas ações modificam a aparência do bem. Exemplos de ações de restauro incluem o retoque de uma pintura, a assemblagem dos fragmentos de uma escultura partida, o devolver da forma a um cesto, o preenchimento de lacunas num vaso de vidro.

Hoje o MOSC não tem um programa efetivo que trabalhe com a conservação e restauração dos bens sob sua salvaguarda. O processo de conservação e restauro do acervo do MOSC caso seja necessário é terceirizado, por não haver uma sede física que abrigue uma reserva técnica que possa salvaguardar o acervo e da mesma maneira forma que não há um espaço destinado a conservação dos acervos, é indicado que seja construído junto ao prédio que for abrigar o museu, um laboratório destinado a conservação e restauro de acervos.

Salientando que o laboratório de conservação e restauro tenha equipamentos necessários para que sejam realizados os procedimentos de conservação e restauração, que o gerenciamento climático seja executado com equipamentos de medição2 de temperatura e umidade pelo prédio, que a reserva técnica deverá ser climatizada a iluminação deve estar de acordo com os padrões de conservação, já o mobiliário para o acondicionamento deverá ser previsto conforme o volume e as tipologias do acervo.

4.3.2.1 DIRETRIZES

Curta Duração – 1 ano

  • Criar e implementar a Política de Gestão de Acervos (2022-2027) como documento normativo sobre todos os aspectos referentes às coleções museológicas, arquivísticas e bibliográficas do MOSC;
  • Levantamento do estado de conservação dos acervos do MOSC;
  • Laudo e documentação dos acervos existentes sob salvaguarda do MOSC que se encontram em Self Storage;
  • Higienização do acervo;

Média Duração – 3 anos

  • Promover o tratamento técnico da coleção de acervos documentais e fotográficos (higienização, catalogação, tombamento e acondicionamento);
  • Digitalização total do acervo fotográfico e arquivístico para consequente disponibilização no sistema de consulta de acervos;
  • Estruturar projeto que viabilize a visitação controlada de público externo às áreas de guarda e tratamento técnico de acervos, como forma de democratizar o acesso às etapas concernentes à gestão de acervos.
  • Higienização do acervo;

Longa Duração – 5 anos

  • Criação de Reserva Técnica no edifício do MOSC;
  • Criação de um laboratório de Conservação e Restauração;
  • Aquisição de equipamentos de gerenciamento climático;
  • Adquirir mobiliário adequado para o acervo;
  • Acondicionar o acervo conforme os parâmetros de conservação;
  • Higienização do acervo;
  • Migração de suporte;
  • Replicar os documentos em locais fisicamente separados;
  • Definir a vida útil dos suportes, estabelecendo tabela de confiabilidade para o tempo de armazenamento das mídias utilizadas;
  • Investimento em formação e capacitação do funcionário do setor;
4.4 PROGRAMA DE GESTÃO DE RISCOS

Quando falamos em gestão de riscos, estamos falando de um programa interdisciplinar que contempla um processo participativo e integrado com Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Polícia. Esse programa é o responsável pelo gerenciamento não só de coleções bem como de vidas, pessoas que trabalham na instituição e pessoas que circulam diariamente no museu.

Dentro do programa de segurança serão ressaltados os aspectos que envolvem o entorno da edificação, deve-se ter em mente que no entorno da instituição temos um fluxo relevante de automóveis e pedestres.

Como o MOSC não possui uma sede física, inicialmente o seu olhar vai para o acervo hoje alocado em Self Storage. Para isso, é de suma importância que seja feito o programa de acervos que definirá as diretrizes de documentação e conservação do acervo.

Vale ressaltar a importância de pensar no plano de segurança e gestão de riscos para quando o museu for implementado, avaliar junto ao Corpo de Bombeiros a necessidade de sinalização de saídas de emergência, a quantidade de extintores de incêndio que devem ser instalados no museu e reserva técnica, respeitando as suas especificidades, o sistema de alarme de incêndio sendo composto por detectores de temperatura e fumaça, sendo que eles possuem recursos automáticos para disparo.

O MOSC deve desenvolver um plano de emergência e escoamento, do qual constem as providências a serem tomadas em caso de sinistro com o acervo e com o público ou trabalhadores caso ocorra em horário de funcionamento.

4.4.1 DIRETRIZES

Curta Duração – 1 ano

  • Criar e implementar a Política de Gestão de Acervos (2022-2027) como documento normativo sobre todos os aspectos referentes às coleções museológicas, arquivísticas e bibliográficas do MOSC;
  • Laudo e documentação dos acervos existentes sob salvaguarda do MOSC que se encontram em Self Storage;
  • Listagem atualizada e documentação do acervo sob salvaguarda do MOSC;

Longa Duração – 5 anos

  • Aquisição de sistema de prevenção de incêndio constituído por extintores de incêndio, sensores de fumaça, mangueiras, sensores infravermelho, alarme e caixas de som;
  • Constituição e implantação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA);
  • Instalação de portas corta-fogo em todas as áreas de guarda e tratamento de acervo museológico;
  • Contratação de bombeiros civis para inspeção diária das edificações e equipamentos de combate a incêndio, visando prevenir sinistros, acidentes e garantir a segurança dos visitantes e funcionários, com a implantação de medidas corretivas quando necessário;
  • Estabelecer parceria com o corpo de Bombeiros para capacitação e orientação das equipes do Museu (próprias e terceirizadas) sobre os procedimentos básicos de segurança e mitigação de danos;
  • Promover a fiscalização periódica e a troca de extintores e mangueiras de incêndio asseguradas em contrato com empresa especializada;
  • Conquistar a emissão do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) do MOSC, a partir do atendimento às exigências protocolares desta corporação;
  • Utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s);
  • Livro de ocorrência do setor;
  • Definição de espaços e diferentes níveis de proteção dos mesmos e mapas de localização;
  • Criação do Plano de Emergência e Escoamento;
  • Desenvolver o Plano de Evacuação em caso de inundação e outros desastres naturais;
  • Treinamento de ação em caso de evacuação do prédio;
  • Formação e treino regular do pessoal da instituição na utilização de extintores e dos outros meios de combate ao fogo, atribuindo a cada um uma missão específica em caso de incêndio;
  • Implantação de sistemas de segurança;
  • Contratação de sistema de CFTV;
  • Instalar sistema de detecção de incêndio e sonorização;
4.5 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E EXPOSIÇÕES

O programa de Comunicação e Relacionamento dentro do Plano Museológico, é um forte aliado das etapas que compõe o caminho do planejamento até a implantação das ações institucionais, justamente porque a comunicação evidencia os pontos positivos e neutraliza os pontos fracos de todos os setores do museu.

Essa relação estabelecida entre o setor de comunicação e o de exposição visam divulgar os projetos e atividades que hoje são desenvolvidas pelo MOSC e as futuras ações expositivas que serão desenvolvidas pelo MOSC quando tiver seu espaço físico definido.

É importante pensar desde já na promoção, disseminação e consolidação da imagem institucional do MOSC dentro de uma perspectiva local e regional.

Cabe ainda a este programa a definição e os métodos de comunicação externa para divulgar e difundir o MOSC, já atraindo seu público-alvo e explorando o público em potencial. Para isso é imprescindível que o museu se posicione nas redes sociais, com contas em Facebook, Instagram, LinkedIn por exemplo.

Já o que compreende as especificidades das exposições, a longo prazo deve ser pensado nos processos de concepção e definição de temporalidades das exposições, a montagem de exposições de longa duração, temporárias, itinerantes, virtuais e percursos de visitação.

O MOSC deverá pensar quando for definir suas linhas expositivas em sua missão e atrelar a uma pesquisa consistente na história da odontologia de Santa Catarina e as suas reverberações, estabelecendo assim uma relação intrínseca entre acervo, edificação e território do entorno.

As ações e os projetos desenvolvidos no âmbito das exposições devem envolver um trabalho interdisciplinar, como a área de museologia, educação, arquitetura e pesquisa. Dentro de uma proposta de trabalho integrado e de responsabilidades compartilhadas.

As exposições que o MOSC deve adotar serão com as devidas temporalidades:

  • Longa duração: deverá manter-se por um prazo mínimo de 4 (quatro) anos ou a ser definida conforme as demandas da instituição;
  • Temporárias: que tendem a permanecer por um prazo que varia de 3 (três) a 6 (seis) meses;

Outra indicação que nesse momento da instituição pode ser um mecanismo de divulgação e formação de público para o museu, são as exposições virtuais e as mostras itinerantes pensadas num âmbito local e regional, elas são imprescindíveis para a formação do museu e um dinamismo institucional, criando assim uma rotina de fazer museológico mesmo que ainda não há uma sede para tal.

4.5.1 DIRETRIZES   
Curta Duração – 1 ano
  • Criar as mídias sociais do MOSC (perfil no Instagram; LinkedIn, Youtube, Facebook);
  • Desenvolver plano de mídia (quais mídias são as mais indicadas para investir naquele ano);
  • Criar um vídeo institucional do MOSC (de 2 a 5 minutos);
  • Criação de mailing list;
  • Criação de Modelo de release para: eventos, exposições, visitas, lançamento de publicações;
  • Reformular o website do Museu, inserindo materiais de pesquisa, fontes referentes a história da odontologia de Santa Catarina e um espaço destinado a exposições de curta duração;
  • Investir na comunicação interna como instrumento de uniformização da informação;
  • Estabelecer parcerias com instituições e organizações que possam potencializar a divulgação das ações do MOSC (SEM; IBRAM, ICOM, dentre outros);
  • Desenvolver exposições online;
  • Criar exposição de curta duração a ser realizada em parceria com alguma instituição parceira do MOSC;
Média Duração – 3 anos
  • Implementar posicionamento da marca do MOSC a partir da perspectiva de existência de uma Assessoria de Comunicação;
  • Estruturar um setor de comunicação no museu;
  • Parceria com jornal local;
  • Criar o manual de comunicação e identidade visual do MOSC;
  • Desenvolver exposições online;
  • Criar exposição de curta duração a ser realizada em parceria com alguma instituição parceira do MOSC;
  • Promover campanhas em redes sociais e instituições parceiras para promover engajamento do público na programação e ações do MOSC;
Longa Duração – 5 anos
  • Criar projeto expográfico de longa duração para o MOSC;
  • Desenvolver e implementar a metodologia para o gerenciamento de exposições, baseada nos seguintes processos: Planejamento; Execução; Acompanhamento e Avaliação;
  • Firmar estágio com acadêmicos de comunicação e design gráfico;
  • Exposição de curta duração voltada a imprensa (convite para visita dos meios de comunicação locais);
  • Disponibilizar para imprensa, material didático, informativo e histórico durante o mês destinado a saúde bucal;
  • Criação de material didático atrativo com desenhos;
  • Prospectar parcerias (espaços culturais, Transol, dentre outros), tendo como foco a divulgação do MOSC em todas as regiões da cidade;
  • Planejar e implementar metodologia de itinerância de exposições, rediscutindo seus objetivos, suas formas de concepção e a captação de parceiros acolhedores das mostras;
  • Planejar, em conjunto com a equipe de Arquitetura quais serão os espaços destinados a área expositiva de longa e curta duração e o local que servirá como um depósito de materiais expográfico;
 4.6 PROGRAMA DE PESQUISA

O programa de pesquisa do MOSC, tem um potencial de tornar-se referência para o campo museológico. Para isso, devem ser criados critérios e linhas de pesquisa que sejam o norte dessa instituição.

A criação de um regimento interno para o atendimento aos pesquisadores é primordial para que a instituição tenha um controle de acesso aos seus acervos, sejam eles tridimensionais ou bidimensionais. Para isso, indica-se a contratação de um profissional da área da biblioteconomia para estruturar a base de dados do acervo bibliográfico.

Um ponto de suma importância para esse programa é a criação do programa de história oral, no qual profissionais da área de odontologia ligados a ACO, professores universitários e profissionais da área da odontologia que tenham a contribuir com a instituição possam deixar seus relatos profissionais, história de vida e contribuição para o campo da odontologia em SC.

O programa deve ser baseado na metodologia de história oral, sugerindo aqui que seja criado um Manual de História Oral, no qual toda a metodologia e todo o modo de executar as entrevistas e transcrições possam ser descritos nesse documento.

Outro ponto de relevância para que o museu tenha excelência no âmbito da pesquisa são as diretrizes sobre as linhas de pesquisas, a relação do museu com os pesquisadores e as parcerias.

Como citado no diagnóstico, o MOSC deve ser um espaço de constante pesquisa, seja ele referente a seu acervo ou seu modo de fazer cotidiano, esse programa de pesquisa é o que dá subsídios para o desenvolvimento de diversas ações.

A partir das pesquisas relacionadas ao acervo museológico, documental e bibliográfico, sem contar ainda no fazer do setor educativo e no programa de história oral, é possível desenvolver um periódico que tenha chamamento público e conte com uma comissão avaliadora para dar idoneidade a seleção.

Além disto as pesquisas relacionadas ao acervo podem originar cursos, exposições e atividades culturais. Assim, a investigação permanece sempre dinâmica e atuante dentro da instituição.

4.6.1 DIRETRIZES

Curta Duração – 1 ano

  • Articular e formar um grupo de trabalho para a definição das linhas de pesquisas do MOSC;
  • Consolidar o MOSC como espaço de pesquisa e informação nas áreas de conhecimento enfocadas pelo Museu;
  • Fomentar pesquisas nos acervos institucionais do MOSC visando documentação e informação desses bens;
  • Criar e consolidar o Programa de História Oral;
  • Desenvolver Manual de História Oral;

Média Duração – 3 anos

  • Mapear as instituições culturais, de ensino e de pesquisa, correlatas às áreas de atuação e conhecimento do MOSC tendo como proposição a formalização de cooperações técnicas e desenvolvimento de projetos de investigação;
  • Criar e consolidar uma publicação semestral como instrumento de difusão de pesquisas internas e externas;
  • Promover editais de chamamento público com o objetivo de dar suporte a anos pesquisadores interessados em estudos acerca da temática do MOSC;

Longa Duração – 5 anos

  • Criar um Centro de Documentação (Cedoc/MOSC) junto ao museu, a fim de salvaguardar os documentos relacionados ao MOSC, ACO, Jornais (que tenham matérias referentes a Odontologia em SC e ao fazer odontológico em sua pauta), publicações, vídeos, fitas, áudios e transcrições das entrevistas do programa de história oral;
  • Realizar um evento anual de tenha como tema, museologia, educação patrimonial, odontologia com foco na produção de conhecimento relativo as áreas de atuação do museu;
4.7 PROGRAMA ARQUITETÔNICO/URBANISTICO

O Programa Arquitetônico-Urbanístico determina as necessidades espaciais e de infraestrutura (instalações e equipamentos) da instituição, trata além disso da conservação, adequação e do entorno do museu. No caso do MOSC, estamos falando de uma instituição que ainda não tem sua sede física e encontra-se em busca de um espaço para tornar o museu um local de diálogo, discussões e aberto a comunidade. Para isso esse programa tem como intuito principal a consolidação da sede do MOSC, seja ela por meio de uma construção ou de uma doação de espaço que seja destinado ao museu. Para isso, faz-se necessário pensar em um projeto de museu amplo, que dialogue com o seu entorno e que possa ser um espaço de salvaguarda da memória da odontologia em Santa Catariana. Contudo, esse projeto de museu deve estar concatenado as legislações legais de segurança, de acessibilidade, com os alvarás de funcionamento do município e do auto de vistoria do Corpo de Bombeiros. Logo, também seja previsto em seu projeto a climatização de acordo com as normas de conservação de acervos, as reservas técnicas devem ser amplas e suportem a capacidade de carga, que o prédio tenha um espaço destinado a um CEDOC e que possa abrigar uma cafeteria, loja e auditório. O MOSC tende a ser um espaço de referência e para isso, o projeto arquitetônico deve conter uma equipe interdisciplinar que preveja as demandas reais do prédio e possa juntamente ao profissional de arquitetura projetar um espaço disposto a abrigar coleções, eventos culturais e um consultório odontológico modelo.

4.7.1 DIRETRIZES

Curta Duração – 1 ano

  • Prospecção de espaço para construção do MOSC;

Média Duração – 3 anos

  • Prospecção de espaço para construção do MOSC;

Longa Duração – 5 anos

  • Desenvolver projeto arquitetônico;
  • Desenvolver projeto paisagístico;
  • Construção da edificação do MOSC;
  • Compra de equipamentos para o laboratório de conservação e restauro;
  • Aquisição de estantes e ou arquivos deslizantes para a Reserva Técnica;
  • Concepção do Plano de Emergência;
4.8 PROGRAMA DE ACESSIBILIDADE UNIVERSAL

O Programa de Acessibilidade do MOSC será pautado pela Lei Federal nº 10.098/20016 que determina os critérios e normas para promover a acessibilidade de pessoas deficientes ou com mobilidade reduzida, garantindo que elas possam utilizar com segurança e autonomia.

Idealizar um programa de acessibilidade é prezar por acesso a todos os tipos de público, independente da sua condição física, social ou econômica. O programa tende a uma qualificação dos espaços expositivos e ao atendimento às normas de acessibilidade.

Os projetos desenvolvidos por esse programa devem estar atrelados a legislação específica de acessibilidade, como a adaptação da linguagem expográfica direcionada a pessoas com deficiência, buscando assim permanente o rompimento de barreiras físicas, comunicacionais e atitudinais.

De acordo com o Programa Arquitetônico-Urbanístico, a construção do MOSC precisará respeitar as especificações da Norma Brasileira de Acessibilidade (NBR 9050), que possibilitará dar acesso e circulação dos distintos públicos, sejam eles internos ou externos, com ou sem deficiências.

As estratégias de acolhimento que serão desenvolvidas durante o período de funcionamento do MOSC, devem ficar a cargo do setor educativo, por meio da adoção de formas adequadas de abordagem e da recepção dos diferentes públicos, tendo como intuito atender as necessidades específicas e possibilitar o pleno acesso ao MOSC.

4.8.1 DIRETRIZES

Longa Duração – 5 anos ano

  • Criar Núcleo de Acessibilidade, vinculado à Supervisão do Educativo;
  • Contratar um consultor de acessibilidade para exposições e concepção do projeto expográfico do MOSC;
  • Aprimorar o acolhimento inclusivo, por meio da adoção de formas adequadas de abordagem e recepção dos diferentes públicos, visando a atender as necessidades específicas e a possibilitar o pleno acesso ao Museu;
  • Desenvolver plano de ação para consolidar ações e ferramentas que visam a acessibilidade tais como: áudio descrição, sinalizações, materiais táteis, dentre outros;
  • Fazer um intercâmbio com Fundação Dorina Nowill, Museu da Inclusão e outras instituições que atuam no campo da acessibilidade, pensando na criação de materiais gráficos, bibliográficos e audiovisuais para apresentação do MOSC;
  • Executar ações de mediação (consultoria especializada) para públicos com deficiência, física e intelectual;
  • Planejar, em conjunto com uma assessoria de comunicação e o setor educativo, materiais em braile e audiovisuais acessíveis;
  • Instalação de pisos podotáteis para indicar obstáculos e direcionar rotas;
  • Instalação de rampas de acesso;
  • Instalação de pisos e passarelas devem que devem ser planos, lisos e antiderrapantes;
  • Sinalização de entrada e saída de acessos, sanitários e serviços;
  • Identificar as entradas dos espaços com corpo de letra grande com contraste, placas em Braille e pictogramas (sinais visuais);
  • Desenvolver o projeto arquitetônico que contemple a acessibilidade universal;
4.9 PROGRAMA EDUCATIVO/CULTURAL

O Programa Educativo é uma das ferramentas que explicita o papel social do museu. Entendendo que museus são espaços não formais de educação, que por meio da produção de conhecimento gerado pela instituição e da mediação deste com as pessoas.

Os setores educativos dos museus é um tema de grande debate no campo museológico, documentos e marcos legais foram definidos para nortear esses profissionais que se dedicam a aproximar o campo patrimonial, criando mecanismos de ensino e aprendizagem. Entre estes documentos, encontram-se a Declaração da Mesa-Redonda de Santiago do Chile de 1972, que introduziu o conceito de museu integral, abrindo novas trilhas para as práticas museais.

A Declaração de Quebec, de 1984, que sistematizou os princípios básicos da Nova Museologia e a Declaração de Caracas de 1992, que reafirma o museu enquanto canal de comunicação (ARAÚJO; BRUNO, 1995, p. 6). A democratização do acesso ao patrimônio cultural e a formação de público no Brasil está contemplado no Plano Nacional de Cultura e nas diretrizes estabelecidas pela “Política Nacional de Museus” – PNM de 2003.

Neste interim que surge a preocupação em estruturar ações museológicas que se atenham a educação patrimonial, compreendendo que educação é algo que acontece de forma permanente na vida de todas as pessoas, resultante das práticas culturais.

Para estruturar um núcleo educativo do MOSC é imprescindível que se disponha de educadores patrimoniais qualificados para desenvolver trabalhos de medicação, ação educativa, pesquisa. E que ele desenvolva as temáticas da instituição visando contribuir nos processos comunicacionais reflexivos, questionadores e libertadores –preconizado pelo educador e filósofo Paulo Freire.

O Programa Educativo e Cultural compreende as atividades socioeducativas desenvolvidas pela instituição e são destinadas aos mais diferentes públicos,

A função educacional de um museu e sua importância mede-se pela possibilidade de garantir à comunidade a guarda dos objetos havidos como necessários à identificação de uma cultura e uma história comum, revitalizando os elos temporais entre o passado e o presente e servindo à reflexão múltipla da história, da memória e da construção de significados, através da manipulação simbólica dos objetos (AMARAL, 2006).

O Programa Educativo do MOSC precisa ser estruturado com o intuito de difundir as ações educativas, numa perspectiva crítica, estimulando a inserção de grupos que não visitam espaços museológicos. Essas ações vão se dar por meio de um diálogo estabelecido entre museu x comunidade, e de proposições práticas a partir das exposições, eventos culturais e roteiros de visitação, intensificando assim as experiências reflexivas sobre a memória, cultura e identidade.

O Programa Educativo e Cultural deverá trabalhar em consonância com as Secretarias (Estadual e Municipal) de Educação a fim de incluir visitações ao MOSC como tema de estudos no ambiente escolar. A importância da articulação com essas respectivas secretarias se dá com a intenção de estreitar laços para a viabilização de transporte seguro para os escolares se deslocarem ao museu.

O MOSC tem como objetivo ser um espaço seguro de lazer cultural e convivência das pessoas. Para alcançar este objetivo o MOSC pode em seu projeto arquitetônico e urbanístico pensar em espaços de convivência, que podem abrigar as mais diferentes manifestações culturais, rodas de conversa e ações que porventura contribuam para a construção de uma programação cultural ativa e diferenciada.

Cabe aqui refletir acerca da importância do museu como um instrumento de alfabetização cultural, que permite compreender a trajetória histórico-temporal, e que possibilita a autoestima dos sujeitos, que passarão a se perceber como indivíduos atuantes do processo de valorização da cultura.

4.9.1 DIRETRIZES

Curta Duração – 1 ano ano

  • Estudo de teóricos da educação para fundamentação de linha pedagógica;
  • Estudo de teóricos da educação patrimonial e educação museal, para fundamentação de linha pedagógica;
  • Participar de eventos do campo da educação e museologia, promovendo o potencial educativo do MOSC;

Média Duração – 3 anos ano

  • Estudar eixos temáticos para concepção de programas e projetos educativos e culturais;
  • Estabelecer parceria com a Secretaria Estadual de Educação, Secretarias Municipais da região metropolitana de Florianópolis, universidades e rede privada de ensino;
  • Estabelecer parcerias com diversos segmentos da sociedade;
  • Pesquisar sobre temas para o desenvolvimento de materiais educativos para programas e projetos;

Longa Duração – 5 anos ano

  • Contratar profissionais para o setor educativo do museu, com competências na área de educação, sendo um especializado para trabalhar com públicos especiais;
  • Capacitar a equipe do Museu;
  • Projetar e implantar espaço físico para o Núcleo Educativo e Cultural com móveis equipamentos de multiuso;
  • Elaborar projetos e programas de caráter educativo e cultural, que contribuam para a ampliação, divulgação do patrimônio histórico e cultural;
  • Promover ações educativas e culturais para públicos escolares de nível fundamental e médio;
  • Elaborar e promover ações educativas e culturais acessíveis;
  • Elaborar materiais educativos para os diferentes níveis de público;
  • Realizar, de forma periódica, formação de professores nas temáticas referentes do MOSC;
  • Desenvolver ações de sensibilização e educação patrimonial com os funcionários terceirizados do MOSC (limpeza, vigilância patrimonial e manutenção predial), propiciando significados de pertencimento e engajamento com os técnicos da instituição;
  • Desenvolver ações inclusivas para públicos em situação de vulnerabilidade social, buscando apoio e parceria da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social;
  • Criar uma publicação com temática relacionada a patrimônio, museu, odontologia e educação;
  • Criar um grupo de estudos permanente com as temáticas do MOSC;
  • Realizar ações e produzir materiais pedagógicos em diferentes suportes e destinados a públicos diversos, que comuniquem o acervo, o discurso narrativo das exposições, a importância da preservação e apropriação do patrimônio cultural para a formação do indivíduo;
4.10 PROGRAMA SOCIOAMBIENTAL

O Programa Socioambiental engloba as diversas ações que vão desde a administração a educação ambiental. E é neste âmbito que é importante enfatizar o museu como um espaço de reflexões, e no caso do MOSC, um museu que está em fase de implementação, é capaz de suscitar ainda mais reflexões acerca da sustentabilidade, tema tão recorrente nas cidades contemporâneas.

O Programa Socioambiental abrange um conjunto de ações que, articuladas, se comprometem a refletir acerca do meio ambiente e áreas sociais, esse programa tem como intuito promover o desenvolvimento da instituição de maneira sustentável incorporando em seu projeto práticas ecologicamente sustentáveis.

Algumas medidas que devem ser aplicadas nas mais diferentes esferas que virão fazer parte do cotidiano do MOSC, como:

  1. controle do consumo de água e energia elétrica;
  2. reutilização de água para a limpeza de áreas externas;
  3. uso de luz natural nas áreas administrativas e adoção de lâmpadas LED nos espaços expositivos e administrativos;
  4. uso de coleta seletiva, com a separação dos resíduos recicláveis;

As preocupações com as temáticas socioambientais em instituições museológicas têm se tornado cada vez mais um compromisso, e aproxima ainda mais os museus da realidade e do meio onde estão inseridos, frisando assim o seu papel social e seu potencial de transformação. Deste modo, o programa socioambiental do MOSC tem como premissa básica a aplicação de práticas sustentáveis no cotidiano da instituição.

4.10.1 DIRETRIZES

Curta Duração – 1 ano ano

  • Estudo dos teóricos da linha da Educação Ambiental e Patrimônio Ambiental;

Média Duração – 3 anos ano

  • Obedecer a Legislação Municipal, Estadual e Federal sobre o patrimônio ambiental e a sustentabilidade;  Estabelecer parcerias com associações, cooperativas e agentes internos e externos, que se dedicam à causa socioambiental;  Reaproveitamento dos materiais expográfico;

Longa Duração – 5 anos ano

  • Organizar o uso racional de recursos naturais, a proteção de florestas e a preservação da biodiversidade, de modo que obtenha o selo ISO 14001;
  • Implementar campanha de conscientização socioambiental para funcionários e público visitante;
  • Implantar lixeiras de coleta seletiva em todas as unidades do Museu;
  • Substituição do uso de copos plásticos por garrafas reutilizáveis para os funcionários da instituição;
  • Implementar o “Programa 5S”, cinco eixos de atuação (senso de utilização, ordenação, senso de limpeza, senso de saúde e senso de autodisciplina);
  • Desenvolver estudos e práticas para retenção e reuso da água;
  • Implantar composteiras, para reaproveitamento dos resíduos orgânicos;
  • Desenvolver projeto sistêmico e permanente de educação ambiental;
  • Desenvolver estudos para captação e uso de energia solar;
4.11 PROGRAMA DE FINANCIAMENTO E FOMENTO

Quando pensamos acerca do Programa de Financiamento e Fomento, temos clara a necessidade de sustentabilidade institucional do MOSC. Por ser um museu gerido por uma associação e não receber verbas de esferas públicas, esse programa tem como intuito criar mecanismos que auxiliem a gestão deste museu.

As instituições sem fins econômicos precisam se organizar muito mais sistematicamente para garantir sua subsistência e manutenção, a execução desse programa efetiva a missão e visão institucional, tendo o aporte financeiro necessário. Logo as ações e projetos que venham a ser propostos pelo museu e que se utilizem dos recursos sejam eles próprios ou captados, devem ser concomitantes com suas atividades.

Desta forma, torna-se necessário um planejamento ajustado e eficaz das fontes de financiamento utilizadas. O MOSC deverá construir uma política de busca de recursos (renúncia fiscal, editais em nível federal e parcerias com a sociedade civil organizada).

Este programa deverá listar e priorizar as fontes de financiamento que irá acessar, e as mesmas devem ser voltadas tanto para a construção de sua sede, como para a manutenção das atividades regulares do MOSC, incluindo os custos administrativos, de projetos e ações específicas da instituição.

4.11.1 DIRETRIZES   

Curta Duração – 1 ano ano

  • Estruturar uma equipe de relações institucionais que tenha como objetivo de planejar campanhas de engajamento e captação de recursos financeiros externos;
  • Identificar potenciais apoiadores e linhas de fomento para as ações do MOSC;
  • Constituir a Associação de Amigos do MOSC afim de colaborarem na promoção de eventos e projetos;
  • Contato com empresas farmacêuticas que tenham incentivo na área da saúde bucal ou correlacionada;
  • Submissão de projetos nas Lei de Incentivo e Fundo Municipal de Cultura de Florianópolis;
  • Submissão de projetos no Edital Elisabete Anderle e PIC - Programa de Incentivo a Cultura de Santa Catarina;
  • Mapeamento das possíveis empresas passíveis de financiamento;
  • Desenvolver a Política de Captação de Recursos, a partir da criação de estratégias que permitam a flexibilização, diversificação e ampliação das receitas, tendo diretrizes éticas e mirando os possíveis investidores;
  • Propiciar parcerias e cooperações técnicas com outras estruturas públicas e privadas focando no desenvolvimento das atividades museológicas;

Média Duração – 3 anos ano

  • Campanha anual de repasse de verba mensal de empresas privadas;
  • Contato com empresas farmacêuticas que tenham incentivo na área da saúde bucal ou correlacionada;
  • Submissão de projetos nas Lei de Incentivo e Fundo Municipal de Cultura de Florianópolis;
  • Submissão de projetos no Edital Elisabete Anderle e PIC - Programa de Incentivo à Cultura de Santa Catarina;
  • Submissão de projetos a Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal;
  • Estimular a participação da associação de amigos, nos projetos de captação de recursos para o museu;
  • Promover evento de capacitação destinado a profissionais de contabilidade;
  • Realizar pesquisa e inscrição em Linha de Financiamento BNDS Patrimônio;
  • Mapeamento das possíveis empresas passíveis de financiamento;

Longa Duração – 5 anos ano

  • Criar um café no MOSC;
  • Incentivar uma loja para comercialização de souvenirs MOSC;
  • Contato com empresas farmacêuticas que tenham incentivo na área da saúde bucal ou correlacionada;
  • Submissão de projetos nas Lei de Incentivo e Fundo Municipal de Cultura de Florianópolis;
  • Submissão de projetos no Edital Elisabete Anderle e PIC - Programa de Incentivo à Cultura de Santa Catarina;
  • Submissão de projetos a Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal;
  • Prospecção em plataformas de editais;
  • Submissão de projetos em editais internacionais;
4.12 PROGRAMA DE TURISMO

O turismo cresce a todo vapor. O aumento da renda pessoal e as facilidades de transporte fizeram com que uma faixa bem maior da população participasse desse fenômeno de massa”. (CASTELLI, 2001, p. 37).

O turismo na ilha de Santa Catarina começa a ser explorado na década de 1960, o processo de modernização da cidade começa a dar espaço não somente para as construções, mas também para os novos habitantes e turistas que veem uma ilha idílica. Florianópolis foi impulsionada ao progresso, e transformação urbanística de modernização visando legitimar a capital, para se tornar uma cidade de serviços comerciais e sede administrativa, nesse movimento é fundada a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o primeiro campus é construído num esforço para transformar a de cidade provinciana em cosmopolita. O turismo foi uma das alavancas que geraram o processo de modernização da cidade e segue até hoje sendo uma das principais vias da economia da cidade e do estado.

O turismo cultural e os produtos turísticos culturais chegaram ampliando a percepção das possibilidades e sentidos que os bens culturais podem suscitar. O campo do turismo patrimonial é um campo de afetos, sensações, lazer e aprendizado. Apesar dos avanços já conquistados, sabe-se que ainda há um grande trabalho pela frente no que concerne os agentes do turismo e os profissionais de museus.

Como não faz sentido algum o museu sem público, obviamente não existe turismo sem cultura. Deste modo, os museus têm um importante papel a cumprir sendo os mediadores entre a “cultura local e a cultura dos visitantes”, os museus são lugares de representação dos usos e costumes dos povos.

Os serviços que os museus oferecem, devem permitir ao visitante usufruir de uma visita informativa, agradável e confortável, tanto no sentido físico, quanto no sentido intelectual, afetivo e social. A preocupação e o esforço para oferecer experiências de qualidade ao visitante surgiram de vários fatores. Face ao número crescente de visitantes, alguns museus grandes ou pequenos, vêm dando cada vez mais atenção aos serviços de atendimento ao visitante. Da qualidade da experiência que o público tiver no museu dependerá seu retorno e sua divulgação dentro de seu círculo de amigos.

Aqui neste programa vale ressaltar a importância do MOSC se inserir nos roteiros de museus de Florianópolis bem como se fazer presente nos roteiros turísticos da SANTUR. É importante que o MOSC tenha materiais de divulgação bilingue, que capacite e incentive os funcionários do atendimento a terem o inglês ou o espanhol fluente para atender as necessidades do turista.

4.12.1 DIRETRIZES   

Curta Duração – 1 ano ano

  • Criar programa e exposições itinerantes;

Média Duração – 3 anos

  • Aproximação com a Secretaria de Turismo de Florianópolis;
  • Aproximação com a SANTUR;
  • riar programa e exposições itinerantes;
  • Ação durante as férias de verão;
  • Aproximação com agências de turismo para inserção do MOSC nos pacotes de Turismo Cultural;

Longa Duração – 5 anos

  • ano do museu; Sinalização
  • Textos Bilingue;
  • Folders Bilingues;
  • Inserção do MOSC nos roteiros turísticos de SC;
  • Divulgação do MOSC em festas populares de Florianópolis e região metropolitana;
  • Pensar no entorno do museu como um espaço de lazer e passível de torna- se um espaço de eventos culturais;

5. REFERÊNCIAS

ABNT. Normas ISO e IEC. Sítio eletrônico. Disponível em: http://www.abnt.org.br/normalizacao/lista-de-publicacoes/normas-iso-e-iecpublicadas/category/12-janeiro-fevereiro
Brasília: Instituto Brasileiro de Museus - Ministério da Cultura, 2011.

BRASIL. Dispositivos da Lei no 11.904, de 14 de janeiro de 2009, que institui o Estatuto de Museus, e da Lei no 11.906, de 20 de janeiro de 2009, que cria o Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM. Sítio eletrônico internet - planalto.gov.br. Acessado em 19 jul. e 11 ago. 2015.

CANDIDO, Manuelina Maria Duarte. Gestão de Museus, um Desafio Contemporâneo: Diagnóstico Museológico e Planejamento. 1.ª ed. Porto Alegre: Mediatriz. 2013.

CAPRA, Fritjof. Entrevista coletiva a Casa Socialista. Disponível em: http://www.orion.med.br/index.php/livraria-orioncomsaber/o-homem-orion-vol-2/529.

DESVALLEES. Andre, e MAIRESSE, Françoise. Conceitos chave de museologia. Trad. Bruno Brulon Soares e Marilia Xavier Cury. ICOM, São Paulo: 2014

FORTES, Waldir Gutierrez. Relações públicas: processos funções, tecnologia e estratégias. 2. ed. São Paulo: Summus Editorial, 2003.

FRANÇA, Fábio. Comunicação Institucional na era da qualidade total. São Paulo, 1977. Dissertação de Mestrado em Ciências da Comunicação – ECA- USP

FUNARI, Pedro Paulo; PINSKY, Jaime (Org.). Turismo e patrimônio cultural. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Contexto, 2003, p. 17. (Turismo Contexto). Instituição de pesquisa. Rio de janeiro: Faperj, 2005.

KOTLER, Maria Cecilia Medeiros. Captação de Recursos: Uma opção eticamente adequada. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007.

KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação integrada. 2. Ed. São Paulo: Summus Editorial, 2003.

Marcus; SANTOS, Cláudia Penha dos (orgs.). MastColloquia vol.7. Museu: ONO, Rosaria; MOREIRA, Katia Beatris Rovaron. Segurança em Museus.

PEREIRA, Maria José L. de Bretas. Na cova dos leões: o consultor como facilitador do processo decisório empresarial. São Paulo: Makron Books, 1999.

ROSA, José Edu; MADEIRA, Ademar Américo. Odontologia Catarinense. Evolução, Ensino, movimento Associativo. Ed. UFSC, Ed. Lunardeli, 1982.

VIEIRA, Amazile de Hollanda. Instituto polythecnico. No contexto sócio-cultural de Florianópolis. A&P Editores 1986.