A tese de livre-docência do professor Telmo Tavares (UFSC, 1974) investigou os efeitos da adição de fluoreto de bário na radiopacidade e biocompatibilidade das resinas compostas, por meio de experimentos em ratos.
O estudo destacou a importância da visibilidade radiográfica e da segurança biológica dos materiais restauradores, contribuindo para o avanço da odontologia restauradora no Brasil.
Contexto Histórico
Na década de 1970, a odontologia brasileira passava por um período de grande expansão científica, marcado pelo fortalecimento das universidades federais e pela busca de autonomia em pesquisas laboratoriais. Nesse cenário, o professor Telmo Tavares, docente da disciplina de Histologia e Endodontia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), desenvolveu sua tese de livre-docência em 1974, intitulada: “Alterações da radiopacidade das resinas compostas pela adição de porcentagens diversas de fluoreto de bário – Influência dessas adições sobre o tecido subcutâneo de ratos”.
A pesquisa explorava um tema emergente à época, a radiopacidade das resinas compostas, que começavam a substituir materiais tradicionais de restauração, como o amálgama, e levantavam dúvidas quanto à sua visibilidade radiográfica e segurança biológica.
Uso na Prática Odontológica
O estudo teve como propósito avaliar como a adição de fluoreto de bário alterava a radiopacidade das resinas compostas e investigar a biocompatibilidade dessas resinas por meio de testes em tecidos subcutâneos de ratos, observando reações inflamatórias e outros efeitos biológicos. Essa abordagem experimental representava um avanço para a época, unindo a necessidade clínica (visualização radiográfica dos materiais) à preocupação com a saúde dos tecidos adjacentes.
Impacto no Desenvolvimento da Odontologia
O avanço científico do trabalho consolidou a importância da radiopacidade como critério fundamental para materiais restauradores, pois possibilita distinguir a restauração de tecidos dentários em radiografias e juntamente com o estudo dos efeitos em animais, abriu caminho para protocolos mais rigorosos de testes de biocompatibilidade, fundamentais até hoje na regulamentação de materiais odontológicos e no enriquecimento da segurança biológica. Houve também impacto clínico já que os resultados ajudaram a orientar a formulação de resinas com melhor desempenho tanto em diagnóstico radiográfico quanto em compatibilidade tecidual.