O Cadinho ou Concha de Metal para Fundição, foi importante peça para a os primórdios da fundição de ligas metálicas na história da odontologia.
Este instrumento mostra a transição da odontologia de práticas artesanais para métodos laboratoriais mais sofisticados, evidenciando a evolução tecnológica no cuidado restaurador.
Contexto Histórico
O cadinho era usado em uma época em que muitos dentistas eram práticos licenciados, e o acesso a equipamentos modernos era limitado. O manuseio direto da chama e do metal líquido representava riscos, tanto de queimaduras quanto de falhas técnicas e cada peça fundida carregava a marca da destreza manual do operador, refletindo um período em que a odontologia era fortemente artesanal.
Uso na Prática Odontológica
O cadinho para fundição, também conhecido como concha de metal, era um instrumento de laboratório essencial para a fase inicial da fundição de ligas metálicas em odontologia. Seu formato arredondado, com bico em canaleta, permitia o escoamento controlado do metal fundido para os moldes. A técnica utilizada era a da cera perdida: o protético modelava a peça em cera, recobria-a com revestimento, e após a queima, a cera era volatilizava, deixando o espaço vazio para ser preenchido pela liga metálica. Este tipo de cadinho tinha a função dupla, uma de aquecimento e a segunda de transporte da liga metálica fundida, o que tornava o processo artesanal e bastante rudimentar.
Um detalhe marcante é que todo o aquecimento era feito diretamente na concha, exposta à chama, e logo em seguida o material era despejado no molde, método que exigia grande habilidade manual, uma vez que não havia controle de temperatura preciso e o risco de falhas na fundição era alto.
Impacto no Desenvolvimento da Odontologia
O uso do deste instrumento representou um marco inicial nos processos de fundição na esfera odontológica, foi um dos primeiros métodos empregados para obter peças metálicas fundidas em coroas e próteses e permitiu o uso de ligas preciosas e não preciosas, ampliando as possibilidades da reabilitação protética. Apesar de rudimentar, foi fundamental até o surgimento de tecnologias como as centrífugas odontológicas, que trouxeram maior precisão e eficiência.
Curiosidades
Este equipamento foi utilizado entre as décadas de 1940 e 1960 por Silvio José dos Santos, dentista prático da época.